quinta-feira, 20 de junho de 2013

Histórias do Jornal Nacional

O livro "Jornal nacional: a notícia faz história" da Jorge Zahar Editor (2004) traz um pouco da memória das organizações Globo e do seu principal telejornal. Vinte anos após a TV se instalar no Brasil, em 1º de setembro de 1969, inicia o Jornal Nacional, trazendo uma nova linguagem ao jornalismo brasileiro e sendo transmitido em rede para outros estados.

"Inspirados no modelo americano, profissionais como Armando Nogueira e Alice-Maria souberam tropicalizá-lo, afastando-o do modelo radiofônico a que ainda se apegavam os telejornais de então. No Jornal Nacional, palavra e imagem tiveram desde o início a mesma importância".

Realmente, posso ter um olhar mais crítico em relação à Globo e ao jornalismo em geral, mas não nego que realmente a estrutura do JN e de outros programas da Rede se mantêm à frente dos outros. Há muito investimento na área informativa:

"(...) a realização das primeiras externas eram um desafio de difícil superação, tal o tamanho das câmeras cinematográficas com filmes de película. Hoje, as câmeras pequenas, leves e totalmente digitais, são capazes de captar a imagem em qualquer parte do mundo e transmiti-las já sem necessidade de satélites".

Para quem hoje convive com a facilidade de se filmar até com a ajuda de telefones, talvez tenha dificuldade em imaginar uma época como essa, dos equipamentos valvulares, antes dos eletrônicos:

"No início, as câmeras utilizadas nas reportagens não registravam o som ambiente, ganhando então o apelido de 'mudinhas'. Eram as Bell & Howel e as Bolex, nas quais os cinegrafistas precisavam dar corda para funcionar. Mas logo chegaram as câmeras Auricom, provocando uma revolução. Grande e pesado, o equipamento exigia uma cangalha para ser transportado, mas era sonoro. A Auricom permitiu ao repórter aparecer na matéria durante as reportagens, com o microfone, o que dava maior credibilidade ao noticiário".

Além dessa possibilidade para sonoras e passagens ainda serem restritas, também não havia teleprompter: "nessa época, também não havia fotocopiadoras. Os textos do programa eram todos mimeografados e, como a tinta se soltava do papel, era comum não só apresentador, mas toda a equipe, ficar com mãos, rostos e roupas sujos de azul".

O teleprompter chegou à TV Globo em 1971, "situado logo abaixo da câmera que o projeta, em letreiros, o texto para o locutor. Com o teleprompter, o apresentador lê com mais naturalidade e olha direto para o espectador (reforçando o clima coloquial, a ideia de que o locutor está na sala de casa conversando com quem está assistindo)".

Diferente dos aparelhos de hoje, o teleprompter "em suas primeiras versões, eletromecânico e dependia de um operador para rodar o texto impresso numa bobina". Para complicar, ao serem instalados, esqueceu-se dos espelhos e a imagem que chegava às residências não era tão natural assim: "como o texto era projetado no alto, os olhos de quem estava lendo apareciam brancos para o telespectador".

Imaginem só, abduzidos!!!

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