domingo, 29 de maio de 2011

Voz do Brasil e seus quase 76 anos no ar

O programa mais antigo da rádio brasileira é a Voz do Brasil. Na verdade, de acordo com o Blog do Pannunzio, “é hoje o programa radiofônico em operação mais antigo do mundo. Supera, inclusive, o Voci del Grigioni italiano (Voz dos Grisões italianos), criado pela Rádio e Televisão da Suíça Italiana, que data de 1939 e também teve denominações distintas”.

O blogueiro complementa que “A Voz do Brasil, certamente poderia entrar no Guiness Book por ser o programa radiofônico de maior penetração no território nacional, sendo transmitido em cadeia por 7.691 estações, já computadas as 3.154 emissoras comunitárias legalmente em operação (e, é claro, não considerando os boicotes e desrespeitos legais que muitas delas cometem)”.

De veiculação obrigatória em todo território nacional, conforme determina o Código Brasileiro de Telecomunicações, ainda causa polêmica entre os proprietários de rádios comerciais, que alegam perder espaço de publicidade no horário de transmissão: 19 horas. Este seria um momento de grande audiência, especialmente para quem enfrenta o engarrafamento das grandes cidades, quando os trabalhadores estão voltando para casa. Confira o vídeo e veja mais sobre a discussão:



Por força de liminar, algumas emissoras de São Paulo e Curitiba conseguiram retardar a transmissão para outros horários menos nobre, como o fim da noite, por exemplo.

Em minha opinião a Voz do Brasil consegue oferecer a todo o País, mesmo às pessoas que estão em regiões mais distantes, informações sobre o cenário nacional. Gostemos nós de temas políticos ou não, são essas discussões que definem o preço do arroz e do feijão, tratam de educação, saúde e tudo o mais que influencia nossa vida. Portanto, deveríamos ser ouvintes assíduos, sempre.

Saindo dessa discussão e verificando por um lado mais técnico, veremos que o programa ganhou arranjos mais modernos.

Concurso
Como o tema é cobrado em provas na área de jornalismo: “O programa A Voz do Brasil, que já se chamou Programa Nacional e Hora do Brasil, foi criado durante” o "Governo Vargas".

Não tenho agora a banca que cobrou a questão. Mas o questionamento faz parte da história da comunicação no Brasil.

A primeira transmissão aconteceu em 22 de julho de 1935, durante o Estado Novo, estando próximo de completar então 76 anos. Sua criação data então do Estado Novo, quando “teve papel central na popularização da ditadura Vargas e seguiu durante décadas servindo como instrumento de propaganda governamental”.

“A despeito de sua origem autoritária e de sua veiculação, ainda hoje, compulsória, se mantém como fonte de informação de grande parcela da população. Pesquisa do Instituto DataFolha (1995) informa que 88% dos entrevistados com idade acima de 16 anos conheciam o programa. Sua maior audiência está nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, onde dois terços dos pesquisados afirmaram ouvir A Voz do Brasil regularmente”, informa a Empresa Brasil de Comunicação.

Para registrar, os primeiros acordes são da ópera “O Guarani”, que mesmo após a reformulação feita em 1998, permaneceu ao lado de novas vinhetas, que objetivaram atualizar sua identidade sonora. Ainda segundo a EBC Serviços, “o texto sisudo deu lugar a uma linguagem mais leve. O tom grave e solene foi suavizado com a entrada de uma mulher na locução. A pauta do radiojornal, no entanto, permanecia focada na promoção de autoridades e na divulgação de suas ações”.

Existe, inclusive, um movimento para transformá-lo em patrimônio imaterial cultural do Brasil. Durante uma hora de programação é possível obter informações sobre os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.

Perdeu a transmissão de hoje da Voz do Brasil transmitida pela rádio de sua cidade, então vá até o http://www.ebcservicos.ebc.com.br/programas/a-voz-do-brasil/programas e tenha acesso a downloads.

Estudante, mas antes de tudo minha função é reportar

Aprendi novas técnicas de rádio e relembrei outras no Curso Técnico da Fundação Amazônica. Para deixar esse conhecimento registrado, coloco mais esta matéria no ar. Haja vista que o objetivo deste blog é compartilhar conhecimento.

Ah, enfatizo que tive aulas com um professor que também faz stand-up comedy, a cada dia ele era um personagem diferente (inclusive, na prova foi Santiosama bin Laden). Entre seus nomes estavam Santiagônio Bandeiras, Santinaldo Roberto Falcão e Santinaldo Gianecchini. Para quem quiser acompanhar, ele mantém o blog informativo .

Enfim, professor Santiago Roa Júnior (nome correto dele) foi um multiprofissional e ensinou os seguintes tópicos durante a matéria Técnicas de Entrevista em Rádio:

Função dos entrevistados
A entrevista como diálogo possível
A mecânica e a psicologia envolvendo locutor, entrevistador e entrevistado
A participação do ouvinte e a construção da notícia
Postura ética do locutor/entrevistador

“A entrevista radiofônica é um meio termo entre a investigação e a conversa, possuindo elementos de ambas”, explica a apostila do curso. Sendo que as primeiras entrevistas transmitidas pelo rádio foram ao ar na década de 20, quando começa a Era do Rádio. De lá para cá, os profissionais cada vez mais aprendem a ter jogo de cintura no horário do "bate papo".

Ficou enfatizado também que é papel do rádio pautar o impresso, não o contrário, como muitas vezes vem acontecendo. Pela agilidade e possibilidade de presença ao vivo durante os fatos, o rádio pode levar ao ouvinte a notícia de forma instantânea. Desta forma, a programação radiofônica deveria priorizar a atividade jornalística entre seus profissionais. Não a se valer do “gillete press”, ou seja, o simples recorte de notícias dos jornais impressos ou da internet para fazer a leitura aos ouvintes.

Regionalmente, vimos que Rondônia passou por uma colonização histórica que favoreceu a transmissão de notícias via rádio. A falta de boas estradas e de estrutura para chegar a diversos locais do Estado também contribuiu e contribui para que sejam impressos cerca de 12 mil exemplares de jornais diariamente. Os principais diários são Diário da Amazônia, Estadão do Norte e Folha de Rondônia. O número de impressos é pequeno frente a uma população contada pelo IBGE que chega a 1,5 milhões de habitantes.

A dica para conhecer o jornalismo de rádio e ter parâmetros de como fazê-lo é ouvir os programas Voz do Brasil e o jornal da Rádio Jovem Pan. Na internet é possível acessar as transmissões da Band News, CBN Notícias e, do Rio Grande do Sul, escutar a Rádio Guaíba ou a Rádio Gaúcha.





Dos tipos de entrevista, guardei da aula os ensinamentos:

Entrevista noticiosa – narra o fato/ocorrência.
Entrevista de opinião – enfatiza o ponto de vista sobre um assunto.
Entrevista com personalidade – mostra quem é o entrevistado.
Entrevista de grupo/enquete – expõe diversas opiniões.
Entrevista coletiva – entrevistado atende ao mesmo tempo jornalistas de diversos veículos.

Interessante também é saber a ordem de atendimento da imprensa durante uma coletiva:

1º Televisões e rádios que estejam transmitindo ao vivo
2º TV e rádios que estejam gravando
3º Jornais impressos

Só para concluir este post, o professor também falou sobre a importância de se mandar um “alô” aos ouvintes, afinal, são eles que estão na audiência dos programas. Além de sempre falar a hora certa, outro serviço de utilidade pública, que parece ser coisa simples, mas especialmente no início da manhã faz a diferença para quem está ouvindo e se preparando para sair de casa.

sábado, 28 de maio de 2011

Constituição e Comunicação

Entre os temas do concurso do TRT (Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região), cargo de jornalista, realizado neste mês de maio, estava a “Constituição Federal de 1988 e liberdade de expressão e informação: Art. 5º e Art. 220”.

Pesquisando, encontrei uma publicação de Edilsom Farias (disponível em http://bit.ly/f8Q54C), com o título “Democracia, censura e liberdade de expressão e informação na Constituição Federal de 1988”.

A partir da trilogia democracia-censura-liberdade, poderemos também acompanhar o raciocínio do autor e fazer alguns links com a CF. “A exemplo das constituições democráticas contemporâneas, a Constituição Federal de 1988 proíbe qualquer espécie de censura, seja de natureza política, ideológica ou artística (art. 220,§2°)”.




Conferindo:

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Voltando ao artigo, veremos que “do ponto de vista do direito constitucional, censura significa todo procedimento do Poder Público visando a impedir a livre circulação de ideias contrárias aos interesses dos detentores do Poder Político”. Aqui vale lembrar a Ditadura Militar, exemplo clássico na censura à voz do povo brasileiro.

Outra lembrança do texto é de que a “democracia brasileira tem como fundamentos a dignidade da pessoa humana, a cidadania (1), o pluralismo político, a valorização do trabalho e da livre iniciativa (art. 1°); o Poder emana do povo, que o exerce diretamente - plebiscito, referendo, iniciativa popular - ou por meio de representantes (art. 1°, parágrafo único)”.

Assim o autor vai construindo a imagem antagônica entre democracia e censura. Voltemos ao texto constitucional:

Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Art. 5°, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Art. 5°, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardo do sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Por que estou escrevendo sobre a Constituição e a liberdade de expressão? Porque com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a queda da Lei de Imprensa, é a CF e os Códigos (Civil e Penal) que servem de referência no quesito legislação em comunicação.

E esse é um tema que volta e meia cai em concurso. Para os concurseiros de plantão, deixo uma questão de prova feita pela Fundação Carlos Chagas, para Analista de Documentação - Comunicação Social do Ministério Público da União:

Na Constituição Federal de 1988, os artigos que compõem o Capítulo V - Da Comunicação Social - fazem referência à

a) liberdade de expressão, proibição da censura, propaganda de alguns produtos, interdição de monopólio ou oligopólio e liberdade de imprensa escrita.

b) extinção do Ministério das Comunicações, que foi incorporado pelo novo Ministério da Infra-Estrutura - que, em 1991, se tornou Ministério de Transportes e Comunicações - e passou a ser a Secretaria Nacional de Comunicações.

c) propriedade dos programas de computador, equiparando o software ao livro.

d) abertura de 30% do capital das empresas de comunicações para grupos estrangeiros e 100% para grupos nacionais.

e) regulamentação não só da atividade profissional do jornalista, mas também a liberdade de manifestação do pensamento e da informação, e as responsabilidades nos chamados "crimes de imprensa".

Acertou quem respondeu letra A.

A pauta a serviço do jornalismo

Receber uma boa pauta para cobrir é um incentivo ao trabalho do jornalista. Pensando em coisas de redação, fiquei com vontade de escrever sobre o conceito da pauta.

Pauta “é o termo técnico utilizado pelos jornalistas para definir o ponto de partida de uma reportagem”, conforme define o site Viva Favela. É isso mesmo, uma orientação passada pelos chefes de reportagem ou mesmo sugestões recebidas de fontes, formal ou informalmente e que serão o ponto de partida para a elaboração de uma matéria. Esta poderá ser publicada no impresso, internet ou transmitida pela TV ou rádio. A ideia vira um roteiro que conduz a busca de informações adicionais.


“O objetivo da pauta é buscar novos e melhores ângulos para uma notícia”, continua o texto do Viva Favela. Com certeza o faro do profissional pode encontrar novos fatos ao apurar aquela informação e conduzir a matéria para um lado diferente do que o apontado inicialmente. Aqui entra a criatividade, a pró-atividade de cada um. Afinal, a pauta não é para amarrar o trabalho, mas para servir como uma base de apoio.

Ela é estruturada pelo pauteiro com os seguintes elementos: cabeçalho, tema ou retranca para definir sobre o trata a pauta, histórico ou sinopse situando o tema, enfoque ou encaminhamento para direcionar a matéria, sugestão de fontes para entrevistas (nome, cargo/função, endereço e todos os telefones possíveis para contato), sugestões de perguntas e alguns anexos que sejam interessantes ao trabalho.

Especialmente no caso de um telejornal, a organização da ideia de cada matéria é essencial para que a equipe cumpra a pauta em menor tempo possível, antes do deadline, favorecendo a maior mobilidade no deslocamento de repórter e cinegrafista. Para a TV, também entra no rol de elementos da pauta a indicação de imagens a serem colhidas.

Concurso – Já que toquei nesse assunto, também é importante saber como ele é cobrado em provas. Em 2010, a banca que realizou o certame para o cargo de jornalista da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) perguntou o que era “o informe breve enviado aos veículos de comunicação a respeito de determinado assunto de interesse para o veículo e/ou para a sociedade". Assertiva correta: SUGESTÃO DE PAUTA.

Para mim ficou uma questão confusa, pois também havia a opção press-release. Com isso, infere-se que para aqueles avaliadores a diferença estaria em um ser mais sucinto que o outro. Enquanto o release seria uma “ferramenta que a Assessoria usa para organizar as informações que está divulgando. Trata-se de um texto, cuja essência é a informação”, conforme consta no blog Empório da Mídia. O certo, para mim, é que ambos são produtos de uma assessoria de imprensa com a finalidade de passar uma informação.

Fica a dica.

domingo, 22 de maio de 2011

Algo mais sobre microfones


Vamos agora tentar entender sobre propriedades direcionais ou como eles captam o som de diversas direções conforme cada modelo. Assim fecharemos o estudo sobre microfones, iniciado no texto anterior.

Recordando que os microfones omnidirecionais captam o som de todas as direções de maneira praticamente igual. Enquanto os microfones direcionais são especialmente projetados para responder melhor a sons que vêm pela frente (e por trás, no caso dos bidirecionais), tendendo a rejeitar sons que chegam de outras direções, conforme explica o site Audio-technica.com.

Sendo que os “tipos direcionais básicos incluem o cardioide, o subcardioide, o hipercardioide (imagem acima) e o bidirecional. Também incluído na categoria geral de microfones direcionais está o microfone de linha ou “shotgun”, um projeto mais complexo que pode proporcionar uma direcionalidade consideravelmente mais elevada do que os quatro tipos direcionais básicos”.

Por isso, “quando for necessário posicionar microfones a distâncias ainda maiores, os microfones de linha ou “shotgun” são muitas vezes a melhor escolha. Os microfones de linha são excelentes para utilização com vídeo e filmagens, para captar o som quando o microfone precisa estar localizado fora do quadro, isto é, fora do ângulo de visualização da câmera”.

Comparação – “A uma distância de aproximadamente 6 m, em um ambiente absolutamente “morto”, um bom omni e um bom cardioide podem soar de maneira bastante semelhante. Mas, se colocados lado a lado em um ambiente “vivo” (uma igreja grande ou auditório, por exemplo), será possível notar uma diferença imediata. O omni captará todas as reverberações e ecos – o som parecerá muito “vivo”. O cardioide também captará alguma reverberação, mas muito menos, e seu som não se alterará tanto quando comparado ao som do ambiente “morto” (é o “Fator de distância” em ação). Se você estiver em um ambiente muito ruidoso e puder apontar o microfone para longe do ruído, uma comparação mostrará que o cardioide apresentará melhor relação entre som desejado ou indesejável do que o omni”.

Por outro lado, repetindo “a comparação acima, só que desta vez com os microfones muito próximos à fonte (talvez um cantor). A uma distância de aproximadamente cinco centímetros, pode-se notar uma resposta crescente às frequências baixas na maioria dos microfones cardioides. Isso é conhecido como efeito de proximidade, uma característica não compartilhada pelo microfone omnidirecional utilizado para comparação”.

Fonte: http://www.audio-technica.com/cms/site/193088c106b67d27/





Algo mais - Outro assunto que me interessa bastante é a utilização dos microfones durante as entrevistas. Especialmente dicas para quem vai ser entrevistado, um bom exemplo seria ao final da conversa, aguardar o “ok” da produção, para aí sim retirar o aparelho do corpo no caso do microfone de lapela. E de tomar cuidado para não se mexer muito durante a entrevista e esbarrar nele. Vejamos alguns usos dos microfones.

Para cada situação, um tipo de aparelho. Nas entrevistas de estúdio, mais longas ou grandes reportagens, o mais recomendado é o microfone de lapela. Nas externas, microfone de mão com fio; ou sem fio quando for para apresentações ao público.

Vale lembrar que lapela ou Lavalier não é um tipo específico de microfone, apenas é pequeno o bastante para ficar preso na roupa, de forma discreta. O padrão de diretividade mais utilizado é o omnidirecional, porém também é encontrado com modelo cardioides.

Antes de encerrar, fica o alerta para o posicionamento do microfone durante a entrevista: não deve ficar muito próximo à boca do entrevistado. Pois fica ruim esteticamente, o que prejudica a imagem captada, além de provocar ruídos estranhos aos sons captados. A distância aconselhada do microfone ao entrevistado é um palmo.

Mais alguma informação que eu deveria saber sobre microfones? Utilize o espaço abaixo e compartilhe conhecimento!

sábado, 21 de maio de 2011

Questão que a gente erra, a gente estuda...

Para Sebastião Squirra (Aprender Telejornalismo), existem microfones conhecidos no meio técnico de televisão como canhão porque são muito sensíveis aos sons frontais. Os sons laterais são captados de forma bastante atenuada e não interferem na qualidade sonora gravada. Esses microfones são chamados de hipercardioides.

Errei a questão acima no último concurso da Fundação Carlos Chagas para o cargo de jornalista do TRT-MT, aplicada no dia 14 de maio de 2011. Por isso, mãos a obra: vamos estudar microfones.

Vamos à questão: microfone e direções de captação do som.



O site Le Son mostra que existem três tipos de direcionalidade: omnidirecional, cardioide e hipercardioide (assertiva correta, conforme gabarito da FCC). Eles comparam esses microfones “com o foco de uma objetiva fotográfica, de modo que elas corresponderiam respectivamente grande angular, normal e teleobjetiva”.

Os Microfones Omnidirecionais "escutam" os sons com a mesma intensidade, de frente, de trás, de cima, de baixo ou de qualquer outra direção (como seu nome indica!). O microfone pode ser, nesse caso, considerado como o centro de uma esfera sonora. Esses microfones são utilizados para tornar sonoro um ambiente: sonorização de festas, gravações de vídeo etc.

Por outro lado, os Microfones Cardioides apresentam um "ouvido" mais seletivo. Podemos imaginar o espaço sonoro que eles percebem, na forma de uma maçã, da qual o microfone seria o talinho. A atenuação dos sons provindos de trás é da ordem de 20 a 25 dB. Esses microfones são os mais utilizados, sobretudo, pelos amadores, pois são perfeitos "quebra-galhos". Eles são ótimos para a gravação de concertos (enfraquecimento dos ruídos da sala), para a colocação de um par estereofônico, para ambientes mais ou menos barulhentos, para a captura de sons, em particular com uma parábola, enfim, em todos os casos em que a atenuação dos sons vindos de trás é desejável (reverberação excessiva, por exemplo). Essa característica é obtida por deslocamento da onda traseira.

Já os Microfones Hipercardioides são as focalizações longas da gravação. De forma mais ou menos alongada, sua curva de direcionalidade lembra um coração. Uma forte atenuação dos sons de trás e periféricos caracteriza particularmente esses microfones para a captura de sons, em ambientes muito barulhentos, para certos casos de gravação à distância. Alguns modelos particularmente são equipados com visores para alinhamento.

Na página da Canção Nova encontramos que os hipercardioides são “microfones altamente sensíveis para captação de sinais sonoros vindos da frente e com maior abertura de captação na parte traseira que os supercardioides”. Porém, “sua utilização não é recomendada em ambientes que possuam paredes refletoras ou que tenham muita reverberação, porque podem originar perdas excessivas de graves. São bastante usados em estúdios de gravação”.

Respondida a pergunta inicial, vamos buscar algumas informações adicionais para o tema. Agora estudaremos os tipos de microfones e suas características, segundo dicas do site Mercado Livre.

Microfone de Mão: O microfone de mão é o tipo mais comum. Muito usado em entrevistas e por cantores, além de permitir ser segurado pelo usuário, pode ser fixado em um pedestal, pendurado ou mesmo ser deixado no chão. O ideal é que ele tenha um amortecedor interno para diminuir os ruídos com a manipulação e ser bem robusto. Para uma captação melhor, o microfone de mão deve ser posicionado a uma distância de 15 a 30 cm da boca do locutor e num ângulo de 45 graus. Em geral os microfones de mão são do tipo dinâmico.

Microfone de Lapela: É projetado para ser usado junto do corpo humano, também chamado de Lavalier, é outro tipo muito utilizado. De formato muito pequeno, é preso à roupa deixando o usuário com as mãos livres. Ele pode ser facilmente escondido atrás de qualquer objeto, neste caso o som deve ser equalizado para parecer natural. Os microfones de lapela podem ser ligados diretamente ou através de emissores/receptores sem fio. Quando são usados Lavalier sem fio, um pequeno transmissor é colocado na roupa do usuário. Se ele for duplo são usados dois transmissores com frequências diferentes.

Microfone ShotGun: O Shotgun é projetado para captar sons de distâncias maiores. Deve-se evitar apontá-lo para superfície dura, como uma parede de azulejos ou de tijolos, porque elas podem refletir sons de fundo ou deixar o som oco. O Shotgun é muito sensível ao barulho causado pelo vento, por isto deve ser movimentado com cuidado e, sempre que possível, usá-lo com quebra-vento de espuma (luva).

Microfone PZM: Pressure zone microphones - é um microfone projetado para captar o som de várias pessoas. O PZM iguala o volume de todos os sons captados dentro de seu alcance.

Microfone de Contato: Captam sons em contato direto com a fonte sonora. Muito usados para a gravação de instrumentos musicais e de sapateados em geral.

Microfone de Estúdio: Microfone desenhado especialmente para utilização em estúdios de gravação.

Microfone Sem Fio: O microfone sem fio, também chamado de microfone de rádio ou de RF, é, na verdade, uma estação de rádio em miniatura. Ele pode ser de uma ou duas peças. No de uma peça, o microfone, a bateria, o transmissor e a antena estão no mesmo corpo. No de duas peças, o microfone é conectado a uma unidade de transmissão separada. A unidade do microfone (que pode ser do tipo dinâmico ou de condensador) converte as ondas de som em um sinal elétrico. O sinal é enviado para um transmissor de baixa potência que o encaminha a um receptor que, por sua vez, converte o sinal de rádio-frequência novamente em áudio. A saída do receptor é conectada na entrada de um mixer ou gravador, através de cabos.

Ufa, mais um passo em direção ao conhecimento!

domingo, 8 de maio de 2011

Mudança de Hábito X Leitura

Ao ler a Revista Imprensa de abril (nº 266) havia separado o tema “Busca Digital” para fazer este post. É que muito me impressionou as 1.612 páginas do The New York Times de 1987 (saiba mais).Ainda mais sabendo o quanto nós brasileiros lemos pouco. Dados do Ministério da Cultura apontam que no Brasil se lê apenas 1,8 livros per capita/ano. Muito aquém dos países europeus ou até com nossos vizinhos. Para se ter uma ideia, na Colômbia o índice por habitante é de 3,4 livros ao ano.

Por outro lado, concordo com Cassio Politi, do Comunique-se, que fez a palestra “Tendências da comunicação online” na ECO/UNIRON, em Porto Velho (RO) no dia 06 de maio último. Não cogito o fim do papel, mesmo que o nosso pífio nível de leitura. Mas acredito ser muito interessante saber em quais plataformas a população está buscando informações.

De acordo com a Revista Imprensa, nos Estados Unidos “46% dos entrevistados buscam notícias em meio digital ao menos três vezes por semana, contra 40% que preferem os impressos. A TV ainda lidera com 50% da preferência”.

O estudo feito pelo Pew Project Excellence in Jornalism foi divulgado no mês de março e mostrou ainda que a circulação de jornais caiu entre 4,5% e 5%. Além de que “47% dos estadunidenses dizem ler notícias por meio de um aparelho móvel”.

Mesmo com a internet superando os jornais na leitura de notícias nos EUA, como lembrou Politi, só 23% disseram que valeu a pena deixar de ler em papel para ler em algum tipo de tela.

O Blog do Iphone traz pesquisa da eMarketer: “pela primeira vez os gastos de publicidade com Internet superaram os com jornais nos EUA. Foram 25,8 bilhões investidos em propaganda na Internet, ante 25,7 milhões de dólares em publicidade em jornais”. “Entre os jovens, contudo, a Internet é a mídia preferida: 65% dos entrevistados entre 18 e 29 anos apontaram a web como sua principal fonte de notícias”.

Já em “relação ao tempo gasto por mídia, a pesquisa revelou que os americanos gastam em média 13 minutos com a leitura de notícias online – três minutos a mais que com jornais impressos, porém 19 minutos a menos que com TV”.

No Blog da Dilma comenta matéria da Revista Imprensa feita a partir da “Pesquisa CDN de Credibilidade da Mídia” 2010/11, realizada com 800 executivos de diferentes faixas etárias de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília:

Em Brasília, 98% dos entrevistados citaram a internet como principal fonte de informação, seguida pelo jornal impresso, com 96% da preferência. Entre os jovens executivos em cargos de chefia – com idade até 28 anos – 91% afirmaram usar a internet para se manterem informados. Na sequência, TV, citada por 90% e jornais, lembrado por 89% dos jovens executivos entrevistados. No geral, 49% dos executivos de SP e RJ dizem ler jornais pela internet diariamente e 41% declaram o fazerem de vez em quando.

Outro dado curioso é que, apesar do aumento de popularidade do Facebook, o Orkut ainda é considerado a rede social mais confiável, com 40% da preferência, ante 13% do Twitter e 10% do Facebook. Além disso, as páginas dos provedores de acesso à internet e grandes portais, como Terra e Uol, são os mais lembrados na hora de buscar informações gerais e sobre o mercado de negócios, ambos citados por 46% dos executivos entrevistados, de SP e RJ.

Durante a palestra, Politi também citou os sites mais acessados no Brasil, na seguinte ordem:
1. Google
2. YouTube
3. Facebook
4. UOL
5. Orkut
6. Windows Live
7. Globo.com
8. Blogger
9. Yahoo
10. Terra
11. MSN
12. Twitter

Sendo uma brasileira antenada, acesso a todos eles. E tenho uma atenção especial ao oitavo elemento. Em seu blog, Rodrigo Giraldelli, mostra que “de 2006 a 2009, a atividade de blogar caiu pela metade entre os adolescentes de 12 a 17 anos; atualmente, apenas 14% destes adolescentes têm um blog. Entre os jovens de 18 a 33 anos, 2% deixaram de manter um blog em relação aos anos anteriores. Entretanto, apesar do que nos dizem os resultados da pesquisa da Pew Report, houve um aumento de 25% de adultos blogando em relação ao período estudado”.

Confirmando esse momento em que os blogs passam a ser mais seletos, mais qualificados, a leitura de deles atrai 91% dos executivos, segundo pesquisa da CDN.

Blogs, livros, jornais, mídias sociais em geral, seja qual for o meio, para mim o importante é passarmos a ser um país de leitores.

Definindo Chroma-key

Sabe aqueles dias em que você até sabe do que se trata, mas precisa de uma explicação mais técnica? Por isso, escolhi hoje o tema “Chroma-key”.

De acordo com a definição do site Tudo Sobre TV, Chroma-Key ou Keying é um “efeito que consiste em insertar uma imagem sobre outra através do anulamento de uma cor padrão, como por exemplo o azul”.

Assim, pode-se explicar que em um ambiente vazio, de uma única cor, é filmado o apresentador. O fundo monocromático (background) pode ser substituído por imagens (vídeo ou foto) geradas por computador, videotape ou de uma segunda câmera. É dessa forma que funciona a Chroma-Key.

Nessa técnica de processamento de imagens, o objetivo é eliminar o fundo de uma imagem para isolar os personagens ou objetos de interesse que posteriormente são combinados com outra imagem de fundo. Pode ser utilizado tanto em jornais como em filmes de longa duração.



Um exemplo para quem assiste aos telejornais é a previsão do tempo, em que o mapa na verdade não é visto, realmente, pela pessoa que mostra os dados meteorológicos. “O apresentador é filmado em frente a uma parede ou superfície plana, pintada geralmente de verde ou azul. O fundo é removido eletronicamente, e reposto com o mapa do tempo no qual o apresentador aponta (vendo de relance por monitores fora da área de filmagem). O apresentador não pode estar vestido com nenhuma roupa de cor parecida com a do fundo, ou parte da roupa pode ser escondida junto com o fundo”, segundo informações da Wikipédia.

E foi justamente em função de saber que alguns estúdios utilizam a técnica do Chroma-Key é que vim estudá-lo. Entendendo, posso dizer aos meus assessorados quais cores devem ser evitadas na hora de uma gravação de entrevista.

Para quem se interessou pelo tema e quer se aprofundar, existe uma postagem que ensina a utilizar a técnica no Adobe Premiere, acesse aqui.

sábado, 7 de maio de 2011

70 anos de “Cidadão Kane”

Com um blog destinado a compartilhar estudos em jornalismo, não poderia deixar de escrever sobre os 70 anos do filme Cidadão Kane. Ainda mais se tratando de uma obra de Orson Welles, que no rádio causou pânico ao simular em um programa radiofônico a invasão de extraterrestres. A produção norte-americana é de 1941e foi lançada no dia 1º de maio.

Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst, a história trata da ascensão de um mito da imprensa americana. O garoto pobre do interior transforma-se em magnata de um império dos meios de comunicação.

Orson Wells mostrou a manipulação da massa, uma vez o protagonista era dono de jornal, com esse poder na mão ele “plantava notícias, pagava para uma pessoa simular um desmaio em via pública, só para testar o serviço de atendimento de saúde em sua cidade, constatado a demora na prestação do atendimento, noticiava a precariedade do serviço criticando o governo local”, explica a resenha do jornalista Rafael Stefano.

Apesar de ter se comprometido com o seu público a dizer somente a verdade, Kane “só noticiava aquilo de interesse, pois queria ser presidente dos Estados Unidos e isso só seria possível se adquirisse a confiança do povo através de suas ‘noticias verdadeiras’, claro que, manipuladas a seu favor”, conforme completa Stefano.

No filme a narrativa é toda em flashback, técnica considerada inovadora na época. Atuando simultaneamente nos papéis de diretor, produtor, coescritor e protagonista, Welles havia, anos antes, tornado-se conhecido pela transmissão radiofônica em que dizia que a terra estava sendo invadida por extraterrestres. O fato, que anos depois foi adaptado para as telas por meio do filme “Guerra dos Mundos” (2005), causou tanto debate que levou o jovem radialista ao estrelato.




Título original: (Citizen Kane)

Lançamento: 1941 (EUA)

Direção: Orson Welles

Atores: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Agnes Moorehead.

Duração: 119 min

Gênero: Drama

Distribuidora: RKO Radio Pictures Inc.

Roteiro: Herman J. Mankiewicz e Orson Welles

Rádio – Outra mídia que George Orson Welles (06/05/1915 a 10/10/1985) marcou história foi no rádio. De acordo com a Wikipédia, no ano de 1938, ele “produziu uma transmissão radiofônica intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homônima de Herbert George Wells e que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma invasão de extraterrestres. Um Exército que ninguém via, mas que, de acordo com a dramatização radiofônica, em tom jornalístico, acabara de desembarcar no nosso planeta. O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal ‘pegadinha’. A fama do jovem Welles começava”.