quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Lead (ou lide) e a Cabeça

Outro dia encontrei essa questão de concurso: “a cabeça da matéria em telejornalismo é o texto que vai ser lido pelo apresentador em estúdio, introduzindo a matéria gravada”. Daí me lembrei de um alternativa que caiu no concurso da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) no ano passado.

A opção que não se aplica à redação do lead de uma notícia é:
a) O lead corresponde à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia em televisão.
b) No lead clássico, não se começa pelo verbo, mas sim pelo sintagma nominal ou circunstancial mais importante.
c) Nos leads sobre declarações, é obrigatório o uso do discurso direto.
d) O lead retrata o fato principal de uma série, o que é mais importante ou mais interessante.
e) O lead corresponde à primeira proposição de uma notícia radiofônica.


Aliás, pergunta parecida caiu na UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas) em 2009:

No lead clássico, é regra geral:
A) Não começar o texto pelas circunstâncias mais relevantes.
B) O complemento do verbo deve vir imediatamente após a notação mais importante.
C) Começar o texto pelo sintagma nominal ou circunstancial mais importante.
D) O ordenamento das frases deve ser feito a partir da notação menos importante.
E) No lead sobre declarações,

Em ambas as questões, a resposta correta está na letra “C”.

Mas o que me intriga ainda é a afirmativa de que o “o lead corresponde à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia de televisão”.

Fui procurar outras bases para eu pudesse entender melhor a questão, encontrei no Repórter 24 Horas a seguinte explicação, que é uma definição contida no livro de Nilson Lage:

“O lead é o primeiro parágrafo da noticia em jornalismo impresso, embora possa haver outros leads em seu corpo. Corresponde à primeira proposição de uma notícia radiofônica, ao texto lido pelo apresentador ou à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia em televisão.”

Eu sempre digo, leia mais! Se tivesse estudado mais o jornalista e professor Nilson Lage, saberia. Agora estudando e fazendo um curso técnico, talvez entenda melhor temas como este ligado à TV. Pois sempre compreendi o lead como sendo o início da matéria, a parte do relato do mais importante ou mais interessante, não sabia desse jargão televisivo.

Entendimento clássico - Conforme explicam Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa, o lead é “a abertura de texto jornalístico, na qual se apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial, o clímax da história. (...) Na construção do lead, o redator deve responder às questões básicas da informação: o quê, quem, quando, onde, como e por quê”.

A passagem acima encontrei no trabalho de Ana Rita Pires Tavares. No texto, ela traz os principais tipos de lides:

a) lead condensado – sumariza todos os fatos principais de maneira clara e sempre uniforme. Muito comum nos despachos internacionais.
b) lead de apelo direto – utiliza o interesse da participação do leitor, a ele se dirigindo diretamente.
c) lead circunstancial – dá ênfase às circunstâncias nas quais ocorre a história a ser narrada. Estilo característico das notícias com um toque humano.
d) lead de citação ou lead entre aspas – começa com uma declaração ou citação, que reflete o aspecto principal das ideias da pessoa focalizada. Esta prática é muito comum na maioria dos jornais, esteve condenada, por algum tempo, pelas normas de redação do Jornal do Brasil.
e) lead descritivo – apresenta uma visão do lugar onde a notícia ocorreu ou descreve a cena e as pessoas nelas envolvidas.

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