quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Algo mais sobre cinegrafia

Nesta segunda parte sobre meus estudos de cinegrafia - sob orientação do professor Alexandre Rotuno na Fundação Rede Amazônica - vamos às anotações sobre os planos/tomadas que podem ser utilizados numa filmagem. Lembrando que fazer um contraplano significa filmar a pessoa de costas, recurso utilizado quando a câmera se alterna entre a imagem de um e de outro personagem durante um diálogo.

1) Plano Geral - "Plano que mostra uma área de ação relativamente ampla", conforme vocabulário organizado pelo roteirista Jorge Machado, por isso servem para os cenários abertos.
- Grande Plano Geral (Paisagem aérea, sem focar pessoas)
- Plano Geral (já é possível ver uma pessoa por inteiro mais o cenário)
- Plano de Conjunto (mostra-se uma parte do todo)

2) Plano Médio – “Plano que mostra uma pessoa enquadrada da cintura para cima”, segundo Machado. Esse tipo de filmagem é utilizado pelo jornalismo.
- Plano Americano (corta do joelho para cima)
- Plano Médio (mostra uma pessoa do umbigo para cima)
- Plano Médio Fechado (do busto para cima)

3)Plano Fechado – ou conforme classifica Jorge Machado - “Plano Próximo - Enquadramento da figura humana da metade do tórax para cima”. Por estar tão próximo, mostra melhor detalhes de expressividade e de intimidade.
- Primeiríssimo Plano (do ombro para cima)
- Primeiro Plano ou Close (do queixo para cima)
- Plano Detalhe ou Big Close (fecha em detalhes como, por exemplo, nos olhos)

Nos movimentos de câmera, estudamos:
Zoom In – (fechando a imagem, aproximando)

Zoom Out – (abrindo a imagem, se afastando)

PAN ou Panorâmica – Movimento horizontal/lateral da câmera ao mostrar um estádio de futebol ou vertical quando o tema é um prédio. Tem a opção de utilizar um tripé ou o corpo para fazer o giro.

Traveling – passeio, segura a câmera e anda em sentido reto, pode ser feito com trilho mais carrinho e tablado, com steady can (cinto que segura a câmera) e com grua (como se fosse um guindaste).

Dolly – Movimento tipo avião, quando se faz um ângulo lateral, pode ser feito com a mão ou com a grua.

E os ângulos plongée (visualiza de baixo para cima) e contraplongée (de cima para baixo). Saiba mais sobre os movimentos de câmera no vídeo abaixo:



Local da Filmagem – Antes de começar o trabalho é preciso fazer a arrumação ou o setup de estúdio. Depois de preparado é que se Bate o Branco, para ajustar a câmera.

Vamos ao posicionamento da luz para focar no personagem, a partir da iluminação de três pontos (mais informações, encontrei no Blog Sataridis):
1ª Luz é a Key-Light (luz chave ou luz principal) – fica a 45º da câmera. Em altura também é 45º.
2ª Luz é a Back-Light (luz de fundo) – fica exatamente atrás da pessoa ou do ponto a ser filmado. Oposto à câmera.
3º Luz é a Fill-Light (luz de preenchimento) – fica na lateral e na mesma altura para tirar a sombra do rosto.

Sabendo que uma luz dura cria sombras definidas, uma dica é utilizar o papel manteiga ou um plástico para suavizar as sombras. Esse papel é chamado difusor, sendo posicionado a um palmo de distância da luz.

Rebatedor: suaviza a sombra, podendo ser uma placa de isopor, que em alguns casos substituirá o Fill-Light. E se colocar a luz para cima, usará uma luz rebatida, deixando o ambiente homogêneo.

Um exemplo de checklist que utilizamos ao realizar nossas filmagens em estúdio:
1) Câmera: fita, bateria, tripé, microfone (lapela com ou sem fio e o de mão/picolé) e cabos.
2) Iluminação: 3 setups, difusor (papel manteiga ou gelatina), rebatedor (isopor)
3) Luzes de 1000, 500 e 300 wats.
4) Teleprompt (TP): no caso utilizamos as dálias (cartolinas)
5) Figurinos
6) Maquiagem
7) Elementos para compor o cenário
8) People Job (o que cada um vai fazer).

Entre as técnicas que podemos/devemos adotar na hora de iniciar uma gravação é a contagem “1, 2, 3”, pois ao utilizar um microfone direcional essa fala faz o aparelho reconhecer o som, impondo um tom e não apresentando falhas na voz.

Agora as últimas dicas para quem quer atuar nesse meio audiovisual: ler o livro “Vídeo da Emoção à Razão”, editado pela Paulinas, e buscar o feeling e a sensibilidade para entrar no ramo. Hoje em dia, com celulares e máquinas populares de filmar e fotografar, a atividade está ao alcance de todos. Basta apostar.

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