sábado, 23 de abril de 2011

Foca, Estadão e NYT


Existem coisas que a gente vai guardando e com o tempo “redescobre”. A exemplo do termo foca. Não sei se anda em extinção, mas há tempos não ouço. O “foca” é um jornalista recém formado, ainda sem experiência. Foi desse tempo, não tão longe assim pra mim, que guardei o livreto “The New York Times – Por: Warren Hoge”.

A publicação, reeditada em 1997 (ano que cheguei ao curso de Comunicação Social da UFMS), foi produzida pelo Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado/Grupo Estado. Tendo como público os focas, as aulas são voltadas “prioritariamente para os aspectos práticos da profissão. Durante os três meses de duração, sempre no segundo semestre de cada ano”.

Aproveitei e pesquisei no site do curso o calendário de 2011. Vai que tem algum foca lendo este texto agora. O período de inscrição para a 21 edição do curso será de 14 de maio a 05 de julho e o curso está marcado para ser de 01 de setembro a 09 de dezembro. Criado em 1990 por decisão conjunta das diretorias de O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Agência Estado a formação é reconhecida como Extensão Universitária.

Para registro: o Grupo Estado foi fundado em 4 de janeiro de 1875.

NYT – Agora sim, vamos ao conteúdo do livreto! Publicado como registro de uma palestra feita pelo ex-correspondente no Brasil e - na época - diretor-adjunto de redação do The New York Times, Warren Hoge, em 1993, trazia um pouco da história e análise sobre o periódico norte-americano.



O que realmente me fez escrever para o blog foi exatamente a informação de que em 14/09/1987, a edição do NYT saiu com exatas 1.612 páginas. Se bem que na época, as edições dominicais eram de aproximadamente 720 páginas, já um número muito expressivo. Porém os seis quilos de leitura me impressionaram. Fiquei imaginando isso no Brasil, nem com livros nos vejo a ter tamanha vontade de ler, imagine para um jornal de domingo, mesmo que em formato tabloide. Para fazer um jornal daquela quantidade de páginas e manter o padrão, eram nada menos que 1.970 profissionais.

Não tenho os dados recentes. Procurei na web, não encontrei, por isso, aceito comentários sobre a atual situação do jornal: tiragem, cadernos, páginas, assinantes, entre outros dados técnicos.

Outra passagem que me chamou a atenção durante a leitura foi: “Em 1967, três quartos da população americana, 75%, lia um jornal a cada dia; em 1988 esse número caiu a 57%, e hoje só 50% dos americanos leem todo dia um jornal. Mais preocupante para nós, é que na população entre 18 e 29 anos de idade só 29% está lendo todo dia um jornal”. Isso foi há quase dez anos, mas demonstra uma tendência que considero difícil de ter mudado.

Fundado em 1851, o diário pertence ao The New York Times Company. Segundo a Wikipédia, a circulação é de 951,063 dia útil e no domingo chega a 1,376,230. O The New York Times Company “também publica outros jornais de grande circulação como o International Herald Tribune e o The Boston Globe e controla outros dezesseis jornais e cinquenta sites”.

Outra informação da Wikipédia, é que o NYT “começou a ser publicado também na Internet, em 1996, e desde então seu sítio tornou-se uma referência para conteúdo on-line, e não mera reprodução de textos impressos — apesar de ainda não ter descoberto como tirar proveito financeiro das inovações que criou”. E, da mesma forma que outras mídias impressas nos Estados Unidos e no mundo, fala-se da crise pela qual passa a publicação jornalística.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, a venda de acesso ao NYT chegou a 100 mil assinantes on-line neste mês de abril de 2011. Por outro lado, o site da Revista Exame há uns dez dias mostrou que as “visitas ao site do New York Times caem 15% após versão digital paga”, conforme pesquisa do instituto de análise Experian Hitwise. Desde o dia 28 de março o jornal passou a cobrar pelos acessos aos conteúdos online.

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