sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A obra de arte de Conceição dos Bugres


Quero encerrar o ano falando de coisas que gosto. Como estou revendo pessoas, que para mim são de grande estima, por que não revisitar também culturalmente a minha terra nesta passagem de 2011 para 2012. Ampliando meu campo de visão, da comunicação à indústria da cultura e das humanidades.

Arrumando meus livros e abrindo espaço para o novo, enfrentei a triste missão de me separar de alguns. Decidi que a Revista MS Cultura (Ano 9, Ano V, 1996) tomaria outro rumo. Com ela iria a reportagem sobre os Bugres da Conceição, que utilizo agora como homenagem à cultura sul-mato-grossense.

Os “homenzinhos pé no chão” foram criação de Conceição Freitas da Silva, eternizada como a “Conceição dos Bugres”. Ela veio do Rio Grande do Sul primeiro para Ponta Porã e, depois, Campo Grande. Nascida em 1914, faleceu aos 70 anos, no dia 13 de dezembro de 1984.

Inicialmente ela fez sua escultura em mandioca. Esculpido no alimento, secou. Então ela passou a usar tocos de madeira, cera/mel e piche. A simplicidade de seu trabalho como artista plástica consagrada já foi explicada como primitiva na forma e pop no conceito.

Relembrando os admiráveis bugrinhos (afinal, faço parte desta terra, composta por uma árvore genealógica multifacetada, com povos que vieram de várias partes do Brasil e de fora dele), é que desejo a todos um 2012 de novas formas: um simples, mas valioso ano!!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Modelo de Pauta - Curso Técnico em Rádio e TV

Retranca: FOME/RONDÔNIA

PROPOSTA: Repercutir a série de reportagens sobre a fome no Brasil feitas por Marcelo Canellas

INFORMAÇÃO: Proposto em 1998 e implementada em 2001, o repórter Marcelo Canellas produziu uma série de reportagens sobre a fome, baseada no livro Geografia da fome, de Josué de Castro . Ele e o cinegrafista Lúcio Alves viajaram durante um mês pelo país e preparam uma série especial, exibida no Jornal Nacional. Foram percorridos seis estados e o Distrito Federal . Com isso, as matérias foram as mais premiadas do telejornalismo brasileiro (prêmios: Ayrton Senna de Jornalismo, Barbosa Lima Sobrinho, Imprensa Embratel, Vladimir Herzog e a medalha ao mérito da ONU).

Uma passagem surpreendente, foi que na primeira reportagem mostrava o depoimento comovente de uma lavadeira, Maria Rita Costa de 51 anos, vítima da fome. No dia seguinte a exibição, os vizinhos de Maria Rita informaram que a lavadeira havia morrido de pneumonia e desnutrição aguda. Dois anos depois, o repórter voltou aos mesmos lugares retratados nas matérias para mostrar que a situação de miséria e pobreza continuava exatamente a mesma. A nova reportagem foi apresentada no Globo repórter.

DIRECIONAMENTO: Visto que o livro Geografia da Fome, de Josué de Castro, completa 65 anos de história agora em 2011 e continua a apresentar um dos mais profundos estudos brasileiros sobre a insegurança alimentar presente no Brasil, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, a proposta é basear-se nas reportagens de Canellas e na leitura do livro para mostrar a realidade da fome em Rondônia. Buscar personagens para que as matérias sejam humanizadas. Afinal, um estado de pujança econômica como o Estado de Rondônia convive com a fome?

Desta forma, verificar dados referentes à mortalidade infantil. Quantas crianças morrem de fraqueza e desnutrição no estado de Rondônia. Por que isso acontece, quais crianças estão na “zona de risco?”, quais municípios apresentam as maiores taxas de mortalidade?Na sequência, verificar dados referentes a fome na terceira idade. Como está o uso da aposentadoria? Os idosos mantêm também os lares rondonienses, suas aposentadorias são controladas por eles. O que se pode fazer para contornar a fome que atinge à população dessa faixa etária.

E as comunidades indígenas e quilombolas do estado? A segurança alimentar realmente está garantida entre os povos tradicionais da região. Questão da terra terminará se envolvendo na questão relacionada à fome. Verificar a questão das bolsas (Bolsa Família, Bolsa Escola, Bolsa Pesca e outros) no Estado. Dá-se o peixe ou ensina-se a pescar? O que as famílias fazem com esses valores, são bem aproveitados?

Por fim, quais sugestões dos nutricionistas e pessoal da área de saúde indicam para uma alimentação saudável e barata. Casos de hortas comunitárias que deram certo, existem? E ONGs e outras instituições que tenham casos com finais felizes de combate à fome e à desnutrição.

ATENÇÃO: Seremos críticos em relação aos casos que apresentarmos. Mas sem ser alarmistas, buscaremos também um direcionamento mais humano. Sempre comparar dados e buscar fontes que deem base concreta aos dados e informações apresentadas.

ROTEIRO
Contato: Produção irá levantar telefones, endereços e contatos de representantes da comunidade, distritos, comunidades indígenas, quilombolas, IBGE, associações ligadas aos direitos humanos, secretarias de assistência social dos municípios e do Estado, pessoas ligadas ao Fome Zero nacional, entre outras.

Além de procurar casos verdadeiros nas cidades e áreas rurais de pessoas em área de risco social e que possam ter casos concretos que mostrem o retrato da fome em Rondônia.

Boa reportagem!!!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Fonte primária x secundária

Em jornalismo sempre podemos obter mais informações para cobrir/planejar pautas consultando uma fonte. Jargão este que passou a ser um utilizado mesmo fora da profissão. No dicionário on-line Priberam existem oito diferentes classificações para a palavra, que vão de nascente de água, cada um dos lados da região temporal entre os olhos e as orelhas, a origem, causa, princípio, procedência e texto de bom autor. Além da classificação “fonte limpa”, em que se diz daquela de “origem insuspeita (do que se diz ou se deseja saber)”.

Bom... no trabalho jornalístico é melhor não acreditar na existência de um tipo de fonte pura. É até questão de ética manter um distanciamento de quem está passando todos os tipos de informação, checar sempre e confrontar dados, para evitar barrigadas.

Percorrendo a web, encontrei um texto de Aldo Antonio Schmitz que explica:

“Fontes são aqueles que têm algo a dizer e informar, os produtores das ações sociais – dos atos e falas noticiáveis”, interpreta Manuel Carlos Chaparro (1996: 148), afirmando que elas “são a base essencial da ação jornalística… Sem elas, não há notícia nem noticiário”.

E esta também, definição do próprio autor:

“Fontes de notícias são pessoas, organizações, grupos sociais ou referências; envolvidas direta ou indiretamente a fatos e eventos; que agem de forma proativa, ativa, passiva ou reativa; sendo confiáveis, credíveis ou duvidosas; de quem os jornalistas obtêm informações de modo explícito ou confidencial para transmitir ao público, por meio de uma mídia”.

Encontraremos ainda que há uma divisão entre os tipos de fonte. Segundo a Wikipédia: "Em biblioteconomia, historiografia e outras áreas de pesquisa, uma fonte secundária é um documento ou gravação que relaciona ou discute informações originalmente apresentadas em outros lugares. O conceito de fonte secundária se contrasta com o de fonte primária, que é uma fonte original da informação a ser discutida. Fontes secundárias envolvem generalizações, análises, sínteses, interpretações, ou avaliações da informação original".

Mas em jornalismo, o que diferencia os tipos de fonte de informação? Mais uma vez vamos recorrer a questões de concurso:

“Em uma notícia sobre eleições municipais, um cientista político convidado para analisar as propostas eleitorais dos principais candidatos, é considerado uma fonte...”

“Secundária”, é a resposta correta, pois o envolvimento do entrevistado é indireto. A fonte primária, no caso, seriam os próprios candidatos.

Conforme explica o professor Aldo Schmitz, a fonte primária “é aquela que fornece diretamente a essência de uma matéria jornalística, por estar próxima ou na origem da informação. Geralmente revela dados em primeira mão, que podem ser confrontados com depoimentos e análises de fontes secundárias". Em confronto com a secundária, que “é o tipo de fonte que contextualiza, interpreta, analisa, comenta ou complementa a matéria jornalística, produzida a partir de uma fonte primária. Igualmente, é com quem o repórter “repercute” os desdobramentos de uma notícia (suíte). Também é consultada na preparação de uma pauta”.

No ano passado também fiz um primeiro post sobre o assunto, confira aqui.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A lauda no jornalismo

Vamos conversar hoje sobre a lauda jornalística. Para começar, tente resolver esta questão da FCC aplicada no meio do ano, válida para o concurso do TRT/23ª REGIÃO (MT)/cargo de Analista Judiciário em Rádio e TV.

A lauda para telejornalismo segue, em praticamente todas as emissoras, um modelo no qual são colocadas as indicações de áudio e vídeo e todas as informações sobre a estrutura do telejornal, que permitem a sintonia de toda a equipe técnica e de jornalismo. Sobre a lauda, é INCORRETO afirmar que
a) a cabeça da matéria em telejornalismo é o texto que vai ser lido pelo apresentador em estúdio, introduzindo a matéria gravada.
b) as informações relativas ao vídeo são colocadas na coluna esquerda e os textos a serem lidos na coluna direita.
c) as palavras que os apresentadores introduzem, de forma improvisada e espontânea no texto, são chamados cacos.
d) a lauda para televisão é denominada script.
e) as partes, ou segmentos, que dividem o telejornal e ficam entre dois intervalos comerciais são chamados de breaks.

Todas as alternativas estão corretas, menos a última (letra E). É certo que o maior trabalho para quem faz uma notícia é fazer a apuração e buscar o aprofundamento dos fatos. Mas também é necessário seguir as instruções do editor sobre qual o tamanho tem a sua matéria para ser publicada e por isso a escolha do tema para este post. Se bem devemos nos atentar que às vezes o assunto rende mais e em outras, não. Mas há casos que o tamanho necessário para alguma publicação não pode sofrer alterações, especialmente quando a diagramação/produção foi pensada antes dos levantamentos de dados e escrita do texto.

Explicando sobre reportagem, o jornalista Enio Moraes Júnior mostra que “uma lauda, para quem ainda não tem familiaridade com a linguagem jornalística, corresponde a um conjunto de 1400 (mil e quatrocentos) caracteres contados os espaços. Uma matéria jornalística de um tamanho razoável tem, em média, duas laudas”.

Como em jornalismo freelance se cobra por lauda produzida, segue o link do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso do Sul em que há uma tabela de valores (válida para o MS). Ah! Existe diferença entre escrever uma lauda entrevistando uma ou duas fontes, confira: http://bit.ly/vPbGwE

Para encerrar, uma questão aplicada pela Embrapa em 2006:

Ao redigir releases para televisão, o assessor deve produzir textos curtos e com informações objetivas, atendendo às características do veículo. Uma linha de texto, na lauda de TV, equivale, aproximadamente, em segundos, a:
A) 2"
B) 4"
C) 6"
D) 8"
E) 10"

Resposta: A

domingo, 4 de dezembro de 2011

Jornalismo x Literatura

Fui a uma premiação de poesias no SESC/RO, com poemas de pessoas daqui e de outras terras, como Carlos Drummond de Andrade (que, frise-se, iniciou como redator na imprensa mineira). Depois folheando em casa algumas anotações, me lembrei que havia planejado escrever sobre algumas questões que caem em concurso envolvendo jornalismo e literatura.

Entre os que tenho guardado, está este:

Publicado no Jornal O Estado de São Paulo como reportagem sobre a Guerra de Canudos, o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, tornou-se um clássico da literatura brasileira.

O Estadão foi fundado em 1875, vivia de anúncios e sorteios nas loterias. Vendia avulso nas ruas e crítica pela mercantilização da notícia. Júlio Mesquita assume a direção em 1890, tornou-se o Estado de São Paulo. É neste jornal que trabalhava Euclídes da Cunha, de onde será escrito Os Sertões.

Já esta questão, de um concurso para o Ministério do Planejamento, que fiz em 2010, confesso que não acertei:

Na virada do século XIX para o XX, o cronista João do Rio publicou na imprensa narrativas que alteraram a forma de se perceber a cidade. João do Rio era o pseudônimo do escritor:
a) Olavo Bilac
b) Oswald de Andrade
c) Paulo Barreto
d) Machado de Assis
e) Raul Pompéia


Acertou quem falou Paulo Barreto. Segundo a Wikipédia, João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 5 de agosto de 1881 e faleceu em 23 de junho de 1921. Foi “jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo brasileiro”. Ele representou o surgimento de um novo jornalista na imprensa, pois “move a criação literária para o primeiro plano e passa a viver disso, empregando seus pseudônimos (mais de dez) para atrair diversos públicos consumidores”. (A imagem ao lado é do site http://bit.ly/svYOUL)

Para fechar, vamos lembrar modernista Oswald de Andrade, que fundou diversos veículos de imprensa. Não vi em concurso, mas em uma reportagem da Revista Imprensa do último mês de agosto. Mostra que ele possuía “opiniões sempre ácidas e o gosto por vingar-se de seus desafetos por meio de suas colunas” e desta forma leva o título de “pai dos polemistas brasileiros”. Entre os jornais criados por Oswald está O Homem do Povo.

Para o jornalista Mário Drumond, na matéria de Imprensa, “Oswald é pouco conhecido como jornalista porque há um certo preconceito com nosso trabalho em relação ao romance, literatura, poesia. Sempre há um tratamento um pouco elitista em relação ao jornalismo, mas Oswald não era assim. Ele considerava o jornalismo um trabalho tão nobre quanto a literatura e a base de sustentação de todo seu trabalho foi o jornalismo. Em 45 anos de carreira, publicou em mais de 50 grandes veículos de imprensa e fundou outros”.

Teríamos muito a falar, mas fica o espaço do comentário para as complementações que quiserem fazer, ou aberto a um novo post sobre o assunto.

domingo, 20 de novembro de 2011

Arquivo Público - O acesso à informação pública em MS

Em 2009 fiz Pós-Graduação em Administração Pública, em que apresentei o seguinte artigo para conclusão do curso: “Arquivo Público Estadual - O acesso à informação pública em Mato Grosso do Sul”. Aproveitei os ensinamentos de Arquivologia e uma área que muito me interessa: comunicação e o acesso à informação.

A pesquisa teve como ponto referencial o Arquivo Público Estadual de Mato Grosso do Sul (APE-MS), focando-o como ferramenta de acesso à informação pública aos cidadãos sul-mato-grossenses. No texto, descrevo a evolução que a guarda dos documentos teve no Estado, desde o seu início, ainda na década de 70, sob a responsabilidade da Secretaria de Justiça. O órgão passou no ano dois mil para a tutela da Secretaria de Gestão de Pessoal, posteriormente para a Secretaria de Administração e, atualmente, está na guarda da pasta da Fundação de Cultura.

Por mostrar uma pequena parte da Administração Pública de Mato Grosso do Sul, constituída pelo seu registro histórico, no caso o local de guarda dos arquivos permanentes do Poder Executivo, este trabalho visa, além de contribuir com as políticas de facilitação de acesso às informações públicas, em apoiar o registro da história do povo sul-mato-grossense. Pois, como afirmou o juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Louis Brandeis (1856-1941), "A luz do sol é o melhor desinfetante".

Fala essa que pode ser aplicada ao sistema público, para que ele seja cada vez mais transparente, justo e democrático.

Pensando em socializar esse conhecimento, disponibilizo aqui o artigo para leitura.

sábado, 19 de novembro de 2011

Prova de Fundamentos de Produção Audiovisual

1- Descreva o que acontece em uma pré-produção.
É neste momento que está sendo discutido o roteiro com a equipe de produção e verificando quem fará parte das filmagens (atores, apresentadores, repórteres, equipamentos, serviços, estrutura). Também se faz o levantamento de estúdio ou locação (externa), sob orientação do cenógrafo, eletricista ou iluminador. Nesta fase são feitos os levantamentos das necessidades gerais para a realização do programa. São realizadas reuniões, fotografias de locações e objetos de cena para apresentar para o diretor aprovar. Quando estão reunidos todos os itens, marca-se a data inicial da gravação.

2- Em uma produção audiovisual o profissional responsável pela iluminação, enquadramentos e movimentos de câmera é o diretor de fotografia, é ele quem orienta o trabalho do operador de câmera, que faz o enquadramento inicial (sob orientação do diretor), movimenta a câmara, verifica seu funcionamento. O mais comum é esta função ser acumulada pelo próprio diretor de fotografia.


3- O que faz um continuísta?
Este é o profissional que “trabalha diretamente com o assistente de direção. Conhecendo previamente a decupagem e a ordem de filmagem deve cuidar rigorosamente da continuidade de movimento dos atores, do cenário e figurinos. Um erro de continuidade pode prejudicar o trabalho de montagem e consequentemente a narração da história. Em curtas metragens de baixo orçamento a função do continuísta muitas vezes é acumulada pelo assistente de direção”.


4- Preciso criar um cenário virtual por trás de meu ator principal. É necessário que eu grave com cromaqui, que estudamos a adequação da cor verde (que deve estar bem iluminada, além de se tomar o cuidado de que ninguém se vista de verde claro ou escuro. Tudo isso facilita o recorte, entre outros)

5- Cite ao menos dez funções de um diretor de produção.
Planeja toda a produção, pois sua participação é da pré-produção ao fim da filmagem. Ele contata com a equipe, comanda da base de produção, toda a infra-estrutura relacionada a uma filmagem. Também é responsável pela pré-produção e pelo cronograma de filmagem junto com a direção, assistente de direção e produtor executivo, mantém o controle do cronograma a ser cumprido, faz previsão de dos problemas antes que eles aconteçam, mantém um plano B no caso de impossibilidade de filmar o que estava previsto para um determinado dia. Este profissional também cuida da alimentação e transporte da equipe, transporte dos equipamentos, hospedagem. Cuida ainda de autorização para filmagens, além de verificar se todos estão bem instalados no set.

6- Quais os equipamentos são operados pelo maquinista?
O maquinista é o responsável pela montagem e operação de travelling, grua e de todo equipamento pesado utilizado na fotografia.


7- Qual a situação ideal para a hora da produção audiovisual?
É que não haja contratempos, que tudo esteja ao alcance da equipe! Pois, caso contrário há dor de cabeça com horários e atrasos de equipe e de início das horários gravações, dificuldades com o espaço escolhido ou com equipamentos. Deve-se ter um check-list de todas ações, por menores que sejam, para evitar falhas.

8- O que faz um diretor de arte?
Ele é o responsável pela concepção visual do filme (cor, textura, cenários, figurinos, maquiagem etc.) a partir de determinações do diretor. Orienta os trabalhos do cenógrafo (quando não acumula esta função), do figurinista e do maquiador, a fim de obter uma coerência visual.


9- O responsável por selecionar os objetos daquela cena é o cenógrafo.


10- Descreva a pós-produção.
Quando terminam as gravações é hora de montar o material por meio da edição (computação gráfica, efeitos, trilha sonora, dublagem, locução e outros). Já a equipe que trabalhou na produção se envolve em devolver todos os materiais para as empresas ou residências, fazer agradecimentos, verificar se houve algum dano nos materiais, providenciar concertos ou reposições, arrumar o local utilizado para filmagem.



Atenção, a professora não corrigiu. Portanto, são vocês internautas que me darão a nota. Dirão se acertei ou errei cada questão!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Internet, TV e poder

Há alguns dias no Facebook compartilhei um link com a seguinte frase: “Internet... te amo! O que tive com a televisão foi algo passageiro!” Fiquei algum tempo pensando nesta frase, que apesar de exagerada tem lá sua verdade (eu mesma quase nem vejo televisão mais, por outro lado, trabalho e estudo por meio da internet).

Especialmente porque realmente me preocupo com o poder que os meios de comunicação de massa possuem. Mesmo ainda tendo uma chance (cada vez menor) de ser horizontal, a cada dia mais vemos o avanço dos grandes grupos tentando monopolizar a web.

Google e Facebook, por exemplo, brigam por uma parcela considerável de consumidores. E nisso nossa privacidade vai sendo invadida, as marcações em fotos mostram isso todos os dias dentro das redes sociais. Assim, caminhamos novamente para a concentração da mídia. Parafraseando Marilena Chauí, os oligopólios beiram monopólios...

Amparada em Maria Rita Kehl e Eugênio Bucci, Chauí em “Simulacro e Poder – Uma análise da mídia” (Editora Perseu Abramo – 1996) mostra que “o sujeito do poder não são os proprietários dos meios de comunicação, nem os estados, nem grupos ou partidos políticos, mas simplesmente (e gigantescamente) o próprio capital”. Portanto, o exercício do poder pela mídia se dá nos aspectos econômicos e ideológicos

É bom manter o alerta sobre a internet, porque se o nosso amor pela TV foi passageiro e temos nela cerca de sete corporações globais (Disney, Time Warner, Sony, News Corporation, Viacom, Vivendi-Universal e Bertelsmann: europeias, norte-americanas e japonesas) e na América Latina dominam Televisa (México), Globo (Brasil), Clarín (Argentina) e Cisneros (Venezuela). Imagine quando de fato fatiarem a internet, que espaço restará a nós usuários? De novo o de simplesmente consumidor?

domingo, 13 de novembro de 2011

Reportagem, notícia e concurso

“A reportagem é uma narrativa, simplesmente uma narrativa. Ela depende muito do poder de observação do narrador, da maneira de transmitir essa observação em palavras e de saber concatenar bem a forma de expressá-la. Uma observação cuidadosa não é necessariamente uma boa reportagem. Mas uma boa reportagem é necessariamente o fruto de uma observação cuidadosa.” (Cláudio Abramo)

Às vezes chego à conclusão de que coleciono frases. Não só essa do Cláudio Abramo, mas algumas ligadas aos concursos realizados Brasil afora. E será sobre isso a minha postagem de hoje. No livro Manual de Radiojornalismo, Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo Lima explicam que “jornalismo é trabalho de equipe. O entrosamento do repórter com a redação e os técnicos de som é fundamental para a qualidade da reportagem”.

O tema, exatamente ela, a REPORTAGEM, trabalho presente nos veículos impressos, na televisão, no rádio e na internet (todas as citações abaixo foram extraídas de alguma prova de concurso):

“Produto jornalístico que diz respeito a um texto com maior profundidade, amplitude e tempo de produção, requer pesquisas e consulta ao maior número de fontes”.

São características de uma reportagem:

“A predominância da forma narrativa, a objetividade dos fatos narrados, a humanização do relato e o texto de natureza impressionista”.

Por isso,

“A abertura de uma reportagem destina-se a chamar a atenção do leitor e conquistá-lo para a leitura do texto.”

Na reportagem impressa:

“É característica do narrador onisciente conhecer todos os acontecimentos do fato em questão e até mesmo o pensamento dos personagens.”

“Em reportagem, os tempos da narrativa são psicológico, físico, cronológico e linguístico.”

“No Brasil, é usual a classificação dos gêneros jornalísticos em duas categorias: informativa e opinativa. Pertencem ao campo do jornalismo informativo: a nota, a notícia e a reportagem, que distinguem-se pela progressão dos acontecimentos.”

“A definição dada por Muniz Sodré (1986) para a reportagem é de que é a extensão da notícia. Como gênero jornalístico, reportagem é jornalismo interpretativo.”

Já os atributos da NOTÍCIA são:

“Tudo aquilo que dá valor ao fato, tornando-o publicável.”

Afinal,

“A notícia não é um acontecimento, mas a narrativa desse acontecimento.”

Portanto, a notícia é a

“Produção jornalística cotidiana que não demanda tempo de pesquisa e que está restrita ao lide e às informações complementares, tem atualidade, periodicidade, difusão e universidade.”

E segundo o CESPE

“A notícia exótica está ligada ao cotidiano das pessoas”.

domingo, 6 de novembro de 2011

Farquhar, Chateaubriand e Comunicação

Lendo a Revista Momento Brasil (Setembro/2011 – Ano IX/Edição 89), de Porto Velho (RO), aprendi mais sobre “As proezas de Farquhar”. Num primeiro momento me veio o nome de uma das ruas daqui. Mas logo o liguei à comunicação, porque esse polêmico norte-americano teve ao seu lado (o também polêmico) Assis Chateaubriand. “Percival Farquhar foi o maior investidor privado do Brasil entre 1905 e 1918. Seus interesses iam das ferrovias à energia elétrica, passando por mineração e turismo”, diz a reportagem. Em Rondônia, ele construiu a Ferrovia Madeira-Mamoré, que virou minissérie da Globo: Mad Maria.

No livro “Chatô, o Rei do Brasil” (Companhia das Letras – 1994), Fernando Morais assim descreve o primeiro encontro entre Farquhar e Chateaubriand:

“Foi como diretor do Estado que ele conheceu o Quaker norte-americano Percival Farquhar, dono da Rio de Janeiro Light & Power, da Companhia Telefônica Brasileira, da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, das ferrovias Mogiana e Paulista, em São Paulo, da Porto f Pará – proprietária do porto de Belém do Pará – e da Amazon Development Land Colonization Co. assim, como acontecia com suas ferrovias construídas na Rússia czarista, suas minas de carvão na Europa Central e seus engenhos de açúcar em Cuba, Farquhar dirigia as empresas brasileiras de Paris, Nova York ou da Pensilvânia, onde mantinha a sede de seu império internacional. Do governo brasileiro ele recebera como doação 60 mil quilômetros quadrados de terras para colonização, área que décadas depois viria a construir o estado do Amapá. Chateaubriand foi encarregado de entrevistar o magnata a bordo do Amazon, no porto de Recife, quando o milionário tinha acabado de realizar sua mais ousada epopéia tropical: a construção, no meio da selva amazônica, da Ferrovia Madeira-Mamoré. No ano anterior, os portuários de Belém haviam organizado uma paralisação para protestar contra o surto de febre amarela que eclodiu na cidade, e Farquhar contratou o melhor: mandou chamar o cientista Osvaldo Cruz, que em 1906 erradicara a mesma peste no Rio de Janeiro, para sanear Belém e combater os focos da malária surgidos entre os trabalhadores da Madeira-Mamoré. Defensor da internacionalização da economia brasileira – o que logo transformaria Chateaubriand em seu aliado internacional -, Farquhar acreditava que nenhum país poderia se desenvolver sem bons hotéis e cozinheiros refinados. Como o Brasil do começo do século não dispunha de das duas qualidades, ele próprio tomou a iniciativa de equipá-lo. Construiu em São Paulo a elegante Rotisserie Sportsman e o Hotel Guarujá, no litoral paulista, e importou da cozinha do Elysée Palace Hotel, de Paris, o chef Henri Gallon. Quando os dois se conheceram, o americano tinha acabado de comprar o terreno do antigo Convento da Ajuda, no Rio de Janeiro, onde pretendia construir um hotel ‘capaz de deixar o Waldorf Astoria parecido com uma tapera amazônica’. Além de se transformar , pouco tempo depois, no principal advogado dos interesses brasileiros da holding no Brazil Railway, Chateaubriand acabaria roubando de Farquhar o chef Gallon, que seria seu mordomo até o fim da vida”.

Sobre os pagamentos recebidos por Chateaubriand o livro traz:

“Se não davam para realizar o sonho de comprar um jornal, os honorários recebidos de Farquhar eram mais que suficientes para satisfazer seu luxo preferido, os carros elegantes”.

Certa vez, o ex-presidente Artur Bernardes teria falado sobre o jornalista (seu desafeto):

“Esse Chateaubriand é inacreditável. Todos nós temos um mito brasileiro: o deste é Caxias, o daquele é Floriano, o outrem tem Rui Barbosa. Os heróis do mundo de Chateaubriand são Farquhar, Pierson, Mackenzie, Herbert Couzens. Agora anda de namoro com um tal engenheiro Billings. Nunca o vi pronunciar o nome de um brasileiro como objeto de sua admiração”.

De outra feita, defendendo Farquhar contra uma medida de Getúlio Vargas, Chateaubriand teria dito que ele merecia ter:

“no mínimo uma estátua em Porto Velho, outra em Belém do Pará, uma em Manaus e mais três em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul” (...) “Tanta pujança teria feito a glória de qualquer homem nos Estados Unidos, mas no Brasil o Sr. Farquhar é denegrido pela indigência mental dos nossos tenentes”.

Há outras passagens no livro que fala do trabalho de Osvaldo Cruz para sanear Guajará-Mirim. Além do envolvimento entre os dois homens que movimentaram a sociedade brasileira no século XX.

Mad Maria – O ator Tony Ramos viveu o personagem Percival Farquhar em Mad Maria, produzida pela Rede Globo e pelo Canal Futura entre 25 de janeiro e 25 de março de 2005 em 35 capítulos, conforme explica a Wikipédia. A minissérie de Benedito Ruy Barbosa e direção de Ricardo Waddington foi baseada no romance hormônio de Márcio de Souza. A base da história é a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, em 1912, obra que custou a vida de milhares de trabalhadores, e que teve investimento do governo brasileiro para compensar a Bolívia pela perda do território do Acre.

“Ao todo, a minissérie mobilizou cerca de 400 funcionários em Rondônia. Elenco e Técnicos geraram só nos trinta dias que ficaram em Guajará-Mirim, uma das bases de gravações, o impacto de um milhão de reais da economia local. A minissérie como um todo, foi orçada em cerca de doze milhões de Reais”. Ainda segundo a Wikipédia, “a Globo Marcas lançou o livro Uma Saga Amazônica Através da Minissérie Mad Maria, que retrata as gravações da minissérie”.

sábado, 5 de novembro de 2011

Comunicação, mídias sociais e plágio

Plagiar, de acordo com o Dicionário Eletrônico Priberam é “copiar ou imitar, sem engenho, as obras ou os pensamentos dos outros e apresentá-los como originais”. Desta forma, antes de começar este texto que apresentei como relatório da matéria Fundamentos da Produção Audiovisual sobre o 5º SEACOM (Seminário Arquidiocesano de Comunicação), informo que consegui as informações sobre algumas das palestras no Blog do jornalista Celso Gomes. Foi ele quem me indicou o endereço http://blogdocelsogomes.wordpress.com/ por meio do Twitter. Duas mídias sociais, mostrando que realmente tenho utilizado estes meios de comunicação e que tenho interesse na discussão que aconteceu durante o Seminário.

O encontro foi aberto pelo arcebispo de Porto Velho, Dom Moacyr Grechi, e reuniu alunos da Fundação Rede Amazônica e estudantes de outras instituições, profissionais da comunicação, comunicadores comunitários e colaboradores. Entre os palestrantes estavam o diretor do Departamento de Comunicação Social do Estado de Rondônia (Decom), Fred Perillo, que falou sobre “Verdades e encruzilhadas nas redes sociais” e o professor universitário, fotógrafo e publicitário, Ivan Souza, debatendo a “Autenticidade da imagem na era digital”. Já o tema do Padre César Moreira, diretor-geral da TV Aparecida, foi “Igrejas e interatividades na era da comunicação digital”.

Com o tema “Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital”, o evento foi realizado de 26 a 28 de outubro no Auditório do Colégio Dom Bosco, em Porto Velho (RO). Procurando mais informações na net, descobri que essa discussão faz parte da 45ª Jornada Mundial das Comunicações Sociais, comemorada em 05 de junho e que teve mensagem especial do Papa Bento XVI. Para ele, por meio dessas novas tecnologias, “com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão”. Por isso, sempre é essencial discutir a autenticidade quando se mostra nas mídias sociais.

Ao discutir o plágio, Celso Gomes mostra que “para produzir uma obra normalmente dedica-se um tempo para pesquisas, leituras e muita criatividade” e que esse trabalho ao ser copiado/divulgado como de outro tem tido pouca discussão em nosso País. Mas é uma “questão de ética, honestidade e respeito que precisa ser levada aos debates em salas de aula, além da orientação dos familiares na formação do jovem”.

Para quem comete esse crime, o jornalista explica que a punição consta no “artigo 148 do Código de Processo Penal, há previsão de pena de 3 meses a 1 ano, porém se a violação de reprodução de texto total ou parcial impresso ou qualquer outra forma, com a finalidade de obtenção de lucro, sem autorização expressa do autor, a pena poderá ser de 1 a 4 anos de reclusão + multa”.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Hard x Soft News

Algumas palavras são pouco usuais no meu vocabulário. No caso das hard news não me lembro de tê-las estudado com essa denominação na faculdade, por isso, fiquei supresa quando encontrei esses termos em concurso. Outro dia, lendo a Revista Imprensa (Agosto/nº 270) encontrei matérias que me motivaram a deixar esse registro aqui.

Em “Follow-up da Alvorada”, sobre assessores de imprensa que trabalham na madrugada, estavam os do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar de São Paulo, onde se atende cerca de 70 demandas diárias de “veículos que buscam uma das pautas elementares do hardnews, a policial”. “A equipe de policiais que começou o expediente às 20 horas da noite anterior e são responsáveis por todas as demandas da imprensa até o começo da manhã”, diz a reportagem.

Já o texto “Cobertura Amplificada” mostra o aumento da veiculação de matérias hard news na TV Record após a contratação de José Luiz Datena. O apresentador do Cidade Alerta fez subir o número de matérias policiais que passam na emissora.

“O hardnews, mais uma vez, se destaca na cobertura das principais emissoras do país. O fato de a editoria conter temas muito populares (cidades, internacional, jurídica, nacional, opinião, política e polícia) justifica a superioridade, sendo que TV Globo e TV Record disputam a ponta no número de matérias exibidas, com pequena vantagem da Record. 26% das matérias publicadas com a temática a emissora de Edir Macedo contra 25% da emissora dos Marinho. Band contabilizou 19% das matérias; SBT, 18%; e Rede TV!, 12%.

Na pesquisa, a divisão das editorias contempla ainda comportamento, cultura, economia e geral. Dentro de comportamento estão enquadradas as matérias de esporte, entre outras; economia envolve questões de finanças, negócio, sustentabilidade, por exemplo; e geral é um “chapéu” que cobre ciência e tecnologia, ambiente, educação, medicina, odontologia, propaganda/marketing/comunicação, recursos humanos, religião, saúde, serviços e social.

Fique com algumas anotações que tenho de como o tema foi abordado em concursos:

Hard news: noticiário de fatos relevantes, densos e complexos.
Hard news: notícias fortes, de grande atualidade.
Hard news: notícias de economia
Soft news: notícias de turismo
Soft news: notícias leves ou fait-divers.
Fait-divers: (francês) fatos diversos, não classificáveis entre as diversas categorias/editorias (política/economia...).
Features: (inglês): em geral remetem a temas leves.

Para encerrar, vamos testar os conhecimentos com a pergunta abaixo, disponível no site Questões de Concursos Públicos e que caiu na prova do “CESPE - 2010 - MS - Técnico de Comunicação Social – Jornalismo”:

Além da clássica divisão entre hard news e soft news, as notícias também podem ser hot news (quentes), spot news (imprevisíveis) e strong news (fortes).

Correto? Acertou se disse que está errada!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Lead (ou lide) e a Cabeça

Outro dia encontrei essa questão de concurso: “a cabeça da matéria em telejornalismo é o texto que vai ser lido pelo apresentador em estúdio, introduzindo a matéria gravada”. Daí me lembrei de um alternativa que caiu no concurso da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) no ano passado.

A opção que não se aplica à redação do lead de uma notícia é:
a) O lead corresponde à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia em televisão.
b) No lead clássico, não se começa pelo verbo, mas sim pelo sintagma nominal ou circunstancial mais importante.
c) Nos leads sobre declarações, é obrigatório o uso do discurso direto.
d) O lead retrata o fato principal de uma série, o que é mais importante ou mais interessante.
e) O lead corresponde à primeira proposição de uma notícia radiofônica.


Aliás, pergunta parecida caiu na UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas) em 2009:

No lead clássico, é regra geral:
A) Não começar o texto pelas circunstâncias mais relevantes.
B) O complemento do verbo deve vir imediatamente após a notação mais importante.
C) Começar o texto pelo sintagma nominal ou circunstancial mais importante.
D) O ordenamento das frases deve ser feito a partir da notação menos importante.
E) No lead sobre declarações,

Em ambas as questões, a resposta correta está na letra “C”.

Mas o que me intriga ainda é a afirmativa de que o “o lead corresponde à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia de televisão”.

Fui procurar outras bases para eu pudesse entender melhor a questão, encontrei no Repórter 24 Horas a seguinte explicação, que é uma definição contida no livro de Nilson Lage:

“O lead é o primeiro parágrafo da noticia em jornalismo impresso, embora possa haver outros leads em seu corpo. Corresponde à primeira proposição de uma notícia radiofônica, ao texto lido pelo apresentador ou à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia em televisão.”

Eu sempre digo, leia mais! Se tivesse estudado mais o jornalista e professor Nilson Lage, saberia. Agora estudando e fazendo um curso técnico, talvez entenda melhor temas como este ligado à TV. Pois sempre compreendi o lead como sendo o início da matéria, a parte do relato do mais importante ou mais interessante, não sabia desse jargão televisivo.

Entendimento clássico - Conforme explicam Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa, o lead é “a abertura de texto jornalístico, na qual se apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial, o clímax da história. (...) Na construção do lead, o redator deve responder às questões básicas da informação: o quê, quem, quando, onde, como e por quê”.

A passagem acima encontrei no trabalho de Ana Rita Pires Tavares. No texto, ela traz os principais tipos de lides:

a) lead condensado – sumariza todos os fatos principais de maneira clara e sempre uniforme. Muito comum nos despachos internacionais.
b) lead de apelo direto – utiliza o interesse da participação do leitor, a ele se dirigindo diretamente.
c) lead circunstancial – dá ênfase às circunstâncias nas quais ocorre a história a ser narrada. Estilo característico das notícias com um toque humano.
d) lead de citação ou lead entre aspas – começa com uma declaração ou citação, que reflete o aspecto principal das ideias da pessoa focalizada. Esta prática é muito comum na maioria dos jornais, esteve condenada, por algum tempo, pelas normas de redação do Jornal do Brasil.
e) lead descritivo – apresenta uma visão do lugar onde a notícia ocorreu ou descreve a cena e as pessoas nelas envolvidas.

sábado, 15 de outubro de 2011

Blog: meio de comunicação e interação

Quando a gente cria um blog tem alguns objetivos a serem atingidos. O meu sempre foi o de trocar informações e estudar para concursos e para a área de comunicação no geral. Acredito que a troca de experiência enriquece cada dia mais o meu trabalho, pois esse é essencialmente um canal de comunicação que pode criar e manter um relacionamento entre quem escreve e o público.

Tenho atualizado sempre, inserindo artigos semanalmente, assim faço crescer as chances de ser bem vista pelos buscadores, atraindo visitantes. Não sei se consigo fidelizar meus leitores, ainda preciso estudar mais sobre como garantir que eles considerem o conteúdo daqui relevante. Mas já fico feliz em saber que esse investimento de tempo em meus escritos tem obtido resultado, pois sempre vejo que o número de acessos aumente.

Falar sobre blog também é estudar para concurso! Esta foi uma questão que caiu em prova: “Os BLOGS podem ser caracterizados como ferramentas de ambientes abertos, sem necessidade de hospedagem”. Viu, algo prático e teórico ao mesmo tempo!

Procurando outros subsídios para escrever esse texto de hoje, encontrei na web uma indicação que traz os sete passos para criar um blog bem-sucedido, confira no Ferramentas Blog.

Para quem quer uma dica para voltar a uma página que tenha interesse, eu sempre utilizo o FAVORITOS, sempre cadastro e deixo registrado o endereço no meu navegador. Aproveito e recomendo uma lista de blogs para blogueiros, indicado pelo Escritos Ideológicos.

Interatividade - Escrevendo para um blog também aprendemos que na troca de argumentos o internauta pode ser atuante, interagindo conosco. Isso é uma vantagem, mesmo sabendo que nem todos os brasileiros têm acesso à internet. Outro fato interessante é que muitos chegam ao meu espaço virtual sem nem ao menos me conhecer.

Foi o que aconteceu com uma publicação anterior minha, Histórias de vida. Há alguns dias recebi um contato via e-mail de alguém que leu a notícia e fez um comentário. Achei pertinente deixar registrado aqui essa interatividade, é quase uma carta:



Rosália,

Tenho uma história que retrata a fidelidade de seu texto sobre a vida do Sr. Ailton Arthur.

Não me recordo exatamente o mês, mas no ano de 1998 precisei viajar de Curitiba a Porto Velho para encontrar uma imobiliária que me prestasse consultoria na avaliação de uma fazenda em Ariquemes.

Eu tinha 25 anos na época e estava prestes a casar. Necessitava um serviço rápido e profissional para que pudesse chegar em Curitiba e fechar o negócio que me resultaria em uma excelente comissão. Como não tinha muito dinheiro em mãos busquei uma imobiliária que ficasse próxima ao hotel. Entrei em uma imobiliária que estava quase vazia, poucas mesas, apenas um corretor, sem computadores, ou seja, muito simples porém com um ambiente muitíssimo agradável. Comentei sobre o assunto e o corretor me falou que seria melhor falar com o uma pessoa chamada Ailton. Me disse que o Ailton retornaria após o almoço e assim agendei minha reunião.

Após o almoço fui até a imobiliária e me encontrei com o tal Ailton... Um rapaz muito simpático e prestativo. Olhou o mapa e me falou que conhecia muito bem a região e também conhecia a fazenda. Imediatamente chamou um corretor para que fizesse uma avaliação. Em questão de minutos estavam em minhas mãos: uma avaliação da área, um mapa detalhado da fazenda e confrontantes e mais documentos comprobatórios do valor de venda de 10 áreas praticamente vizinhas e que possuíam as mesmas características. Solicitou ainda ao Registro de Imóveis duas escrituras que haviam sido lavradas naquele mês de áreas semelhantes. Fiquei muito impressionado e perguntei ao rapaz o quanto eu devia e com um sorriso ele me disse: “ – Meu amigo, você veio de tão longe para fazer isso. Eu não me sinto bem em cobrar por algo que não tomou meu tempo. Faço pela sua amizade...” A última frase eu nunca esquecerei...

No mesmo dia saímos e pude conhecer toda a cidade. Fui até sua casa e me lembro de ser uma casa simples, com alguns brinquedos espalhados, sem luxo, contudo um verdadeiro e aconchegante lar. Fomos jantar a beira do Madeira e experimentei a famosa costela de tambaqui. À noite saímos com outros dois corretores e nos divertimos muito em uma festa típica da cidade e quando o dia estava amanhecendo e meu horário de vôo se aproximando, eles me levaram ao hotel.

Em um dia, resolvi o que, para um menino do sul do Brasil e sem experiência, era um enorme problema. Pude ainda conhecer uma pessoa extraordinária, uma família maravilhosa e me divertir muito. O que era para ser uma viagem de preocupações e medos se tornou uma de minhas mais agradáveis experiências. No mesmo ano casei e mandei os convites ao Ailton e seus dois corretores... Para minha surpresa, no dia de meu casamento, estavam lá os três. Foi uma festa maravilhosa e muito divertida e pude retribuir um pouco da alegria que me foi presenteada em Porto Velho. Há 14 anos não tenho contato com esse meu amigo. Hoje, procurando por um imóvel na internet, encontrei a home page da Social Imóveis.

Não consigo descrever a minha felicidade ao ver o que aconteceu na vida deste homem. Estou tão feliz que acordei minha esposa (não mais aquela da festa) para lhe contar a história. Tenho muito orgulho e me sinto muito honrado em ter conhecido o Ailton. Minhas palavras provam que vocês têm um grande homem para prestar homenagens. Eis um homem de caráter.

A história de sua vida nos mostra que vale a pena ser honesto, decente e prestativo. Vale a pena acreditar, empreender e lutar.

Um grande abraço e muito obrigado por me fazer recordar desta pessoa que muito me ajudou.

Se puder enviar ao meu amigo, agradecerei...

Cordialmente,

Renato Satyro

Jornalistas, fontes, concursos e outras questões

Cada dia mais acredito que estudar é uma arte. Algo a ser descoberto. Algo que devemos encontrar um contexto, um momento de prazer, a ser realizado. Sim, porque mesmo mantendo um ritmo de estudo frequente, colocar o desafio de prestar um novo concurso requer muita força de vontade. Especialmente para quem trabalha o dia todo e estuda à noite. Mas vamos lá!

Melhor mesmo é olhar pelo lado positivo: o salário oferecido para esse cargo, as possibilidades de viagens e passeios, entre outras vantagens.

Na área de comunicação, a minha dica é sempre recorrer às provas já aplicadas. Além de estudar o conteúdo exigido naquele edital, ver uma questão concreta ajuda a visualizar como os temas são cobrados.

Hoje vou recorrer a uma prova do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) de 2010. Uma das questões era sobre o relacionamento entre fontes e jornalistas, questionando qual a alternativa correta:

a) É interessante ligar para o chefe do repórter para orientar, pedir a veiculação de algumas informações ou a não veiculação de outras ou até mesmo cancelar a reportagem se ela não for oportuna. É preciso defender a todo custo a imagem da organização.
b) Entrevistado e jornalista travam uma espécie de luta, em que o jornalista tenta empurrar o entrevistado para além de sua linha de conforto e o entrevistado puxa o jornalista para onde estão as informações previamente discutidas com a assessoria.
c) Há sempre como se manter uma relação harmoniosa e pacífica entre organizações, imprensa e fonte.
d) Nada melhor para combater uma enxurrada de notícias desfavoráveis do que empreender uma política de silêncio. Há momentos em que recusar é essencial, especialmente diante de uma crise de imagem.
e) O assessor deve pressionar o veículo por meio de verbas de publicidade e inventar dados estatísticos favoráveis a sua organização. Os jornalistas gostam de pesquisas para dar suporte às informações que estão veiculando nas reportagens.

Naquela época, se tivesse lido a reportagem da Revista Imprensa (Agosto – nº 270) com a jornalista Helena Chagas, Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, teria acertado a questão. Se bem que ainda acredito numa relação mais harmoniosa entre repórter e entrevistado!

À Revista Imprensa, Helena responde que “(...) É lógico. É normal que o jornalista reclame, bem como é normal a fonte não fazer tudo o que o jornalista pede. A relação entre jornalista e fonte tem que ser tensa (...).”

Diante disso, podemos perceber que a resposta correta para a questão é a letra “B”.

Continue fazendo arte e bons estudos!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Algo mais sobre cinegrafia

Nesta segunda parte sobre meus estudos de cinegrafia - sob orientação do professor Alexandre Rotuno na Fundação Rede Amazônica - vamos às anotações sobre os planos/tomadas que podem ser utilizados numa filmagem. Lembrando que fazer um contraplano significa filmar a pessoa de costas, recurso utilizado quando a câmera se alterna entre a imagem de um e de outro personagem durante um diálogo.

1) Plano Geral - "Plano que mostra uma área de ação relativamente ampla", conforme vocabulário organizado pelo roteirista Jorge Machado, por isso servem para os cenários abertos.
- Grande Plano Geral (Paisagem aérea, sem focar pessoas)
- Plano Geral (já é possível ver uma pessoa por inteiro mais o cenário)
- Plano de Conjunto (mostra-se uma parte do todo)

2) Plano Médio – “Plano que mostra uma pessoa enquadrada da cintura para cima”, segundo Machado. Esse tipo de filmagem é utilizado pelo jornalismo.
- Plano Americano (corta do joelho para cima)
- Plano Médio (mostra uma pessoa do umbigo para cima)
- Plano Médio Fechado (do busto para cima)

3)Plano Fechado – ou conforme classifica Jorge Machado - “Plano Próximo - Enquadramento da figura humana da metade do tórax para cima”. Por estar tão próximo, mostra melhor detalhes de expressividade e de intimidade.
- Primeiríssimo Plano (do ombro para cima)
- Primeiro Plano ou Close (do queixo para cima)
- Plano Detalhe ou Big Close (fecha em detalhes como, por exemplo, nos olhos)

Nos movimentos de câmera, estudamos:
Zoom In – (fechando a imagem, aproximando)

Zoom Out – (abrindo a imagem, se afastando)

PAN ou Panorâmica – Movimento horizontal/lateral da câmera ao mostrar um estádio de futebol ou vertical quando o tema é um prédio. Tem a opção de utilizar um tripé ou o corpo para fazer o giro.

Traveling – passeio, segura a câmera e anda em sentido reto, pode ser feito com trilho mais carrinho e tablado, com steady can (cinto que segura a câmera) e com grua (como se fosse um guindaste).

Dolly – Movimento tipo avião, quando se faz um ângulo lateral, pode ser feito com a mão ou com a grua.

E os ângulos plongée (visualiza de baixo para cima) e contraplongée (de cima para baixo). Saiba mais sobre os movimentos de câmera no vídeo abaixo:



Local da Filmagem – Antes de começar o trabalho é preciso fazer a arrumação ou o setup de estúdio. Depois de preparado é que se Bate o Branco, para ajustar a câmera.

Vamos ao posicionamento da luz para focar no personagem, a partir da iluminação de três pontos (mais informações, encontrei no Blog Sataridis):
1ª Luz é a Key-Light (luz chave ou luz principal) – fica a 45º da câmera. Em altura também é 45º.
2ª Luz é a Back-Light (luz de fundo) – fica exatamente atrás da pessoa ou do ponto a ser filmado. Oposto à câmera.
3º Luz é a Fill-Light (luz de preenchimento) – fica na lateral e na mesma altura para tirar a sombra do rosto.

Sabendo que uma luz dura cria sombras definidas, uma dica é utilizar o papel manteiga ou um plástico para suavizar as sombras. Esse papel é chamado difusor, sendo posicionado a um palmo de distância da luz.

Rebatedor: suaviza a sombra, podendo ser uma placa de isopor, que em alguns casos substituirá o Fill-Light. E se colocar a luz para cima, usará uma luz rebatida, deixando o ambiente homogêneo.

Um exemplo de checklist que utilizamos ao realizar nossas filmagens em estúdio:
1) Câmera: fita, bateria, tripé, microfone (lapela com ou sem fio e o de mão/picolé) e cabos.
2) Iluminação: 3 setups, difusor (papel manteiga ou gelatina), rebatedor (isopor)
3) Luzes de 1000, 500 e 300 wats.
4) Teleprompt (TP): no caso utilizamos as dálias (cartolinas)
5) Figurinos
6) Maquiagem
7) Elementos para compor o cenário
8) People Job (o que cada um vai fazer).

Entre as técnicas que podemos/devemos adotar na hora de iniciar uma gravação é a contagem “1, 2, 3”, pois ao utilizar um microfone direcional essa fala faz o aparelho reconhecer o som, impondo um tom e não apresentando falhas na voz.

Agora as últimas dicas para quem quer atuar nesse meio audiovisual: ler o livro “Vídeo da Emoção à Razão”, editado pela Paulinas, e buscar o feeling e a sensibilidade para entrar no ramo. Hoje em dia, com celulares e máquinas populares de filmar e fotografar, a atividade está ao alcance de todos. Basta apostar.

domingo, 9 de outubro de 2011

Contando a história das gazetas

No jornalismo impresso, você sabe o que eram as gazetas? Em uma prova de concurso, que não sei precisar qual (mas pode ser encontrada no Questões de Provas de Comunicação), caiu o seguinte tema:

As gazetas não traziam títulos, apenas data e local de procedência. As notícias eram veiculadas ao interesse mercantil, com informações sobre colheitas, chegadas de navios, cotações de produtos e relatos de guerra. Custavam uma moeda.

Essa época foi vivida em Veneza no século XVI, quando os manuscritos e periódicos custavam uma gazeta, a moeda corrente na época. E o nome se popularizou e hoje batiza diversos veículos de comunicação no Brasil: Rede Gazeta, TV Gazeta, Rádio Gazeta AM/FM, Gazeta Esportiva, Gazeta de Minas, entre outros.

Recorri a este tema ao ler no livro 1000 Perguntas – Jornalismo, de Felipe Pena (2005 – Editora Rio Sociedade Cultural LTDA). Confira as perguntas de número 15 e 16:

O que eram as gazetas?
As gazetas foram os primeiros jornais conhecidos. O termo é derivado do italiano gazzette, que era a moeda utilizada em Veneza no século XVI. Elas eram manuscritas, periódicas e apresentadas em quatro páginas de frente e verso, dobradas ao meio, como um pequeno fólio, de 20 cm de altura e 15 de largura. Custavam uma moeda, ou seja, uma gazeta.

Que tipo de notícias circulavam nas gazetas?
As notícias das gazetas eram vinculadas ao interesse mercantil, com informes sobre colheitas, chegadas de navios, cotações de produtos e relatos de guerras. Vinham de diversos países. Não traziam títulos, apenas data e local de procedência. As gazetas tinham leitores dentro e fora de Veneza, o centro comercial e informativo mais importante da Europa na época. De lá, eram produzidas e expedidas por correio, saindo todos os sábados para diversas cidades italianas.

Ter uma cultura geral ajuda na hora de responder temas históricos como esse. Especialmente na hora que estamos concentrados respondendo cada item do concurso público. Boa prova a todos!

Primeiros estudos de cinegrafia

Comecei a estudar essa semana Técnicas de Edição. Como o professor é o Alexandre Rotuno, que também ministrou a matéria Cinegrafia em julho deste ano, fui rever a matéria para relembrar o conteúdo, afinal, como disse Rotuno: “é a curiosidade que leva você a entender a câmera”.

Para falar de cinegrafia, vimos primeiro a luz – natural (sol, fogo) e artificial (lâmpada incandescente, fluorescente, led), porque não teríamos imagens/cores sem luz. Nossos olhos conseguem perceber cerca de 16 milhões de cores, detectadas a partir da mistura das três primárias (vermelho, verde e azul - RGB), sendo que o preto é a ausência de todas as cores (por isso atrai o calor/luz) e o branco a junção de todas elas (por isso refletindo as cores e não as atraindo). Ah, como curiosidade, foi nessa aula que aprendemos que o sol não é amarelo, o sol é branco! E dentro de uma filmagem, se um ambiente estiver muito branco, é possível que a imagem fique azul.

White balance é bater o branco = uma das técnicas básicas em cinegrafias, que corrige a câmera conforme a fonte de luz do ambiente. Segundo o site Fazendo Vídeo temos a seguinte explicação:

Bater o Branco consiste em apontar a câmera para uma superfície branca qualquer, no local onde a gravação será feita, enquadrando-a completamente no visor. A seguir pressiona-se durante alguns segundos um botão existente nas câmeras profissionais e na maioria das semi-profissionais: o botão white balance, até que apareça no visor a indicação de que o ajuste terminou. Durante esse tempo, o circuito eletrônico da câmera analisa o que ela está "vendo", decompondo o sinal lido em R+G+B, supondo que deveria ser um branco correto, ou seja, que R=G=B. Se no entanto o vermelho por exemplo for mais intenso do que as outras duas cores, ele diminui sua intensidade, até que R=G=B. A seguir o circuito "trava" a câmera nessa regulagem, até que uma outra seja feita. E você já percebeu então que para onde a câmera for apontada a partir de agora ela estará sempre corrigindo o excesso de vermelho.

Toda a filmagem que vai para a edição tem uma correção, só as que não têm como corrigir é que vão para o lixo, explica Rotuno. Desta forma, evite que seu trabalho seja em vão e siga corretamente os passos para iniciar uma filmagem:

1) Bata o branco;
2) Controle o contraste (regular a íris da câmera/entrada de luz); e
3) Regule o foco (fazer a lente da câmera se ajustar ao foco do momento).

Frames – Cada foto em um filme é um frame/quadro. O filme Matrix teve cenas que resultam do estudo do frame. Confira a velocidade de captura da imagem para formar cada estilo:

- 8 fotos por segundo (fps): onde tudo começou, imagem em movimento.
- 15 fps: cinema mudo, exemplo das filmagens de Charlie Chaplin.
- 24 fpt: imagem de cinema.
- 30 fps: imagem da televisão.
- 60 fps: imagem da TV digital.
- 50 fps: imagem do cinema digital.

No stop motion, uma técnica de animação feita fotograma a fotograma, ou quadro a quadro, quanto mais fotos tiver, mas perfeito fica. Exemplo da técnica está no filme “A fuga das galinhas”.

Outro ponto importante a se lembrar é que a TV HD possui uma tela com resolução padrão em 1440x720 pixels/pontos. Já a Full HD é de 1920x1080, ou 2.073.600 pixels (2 megapixels). Enquanto nas televisões comum/padrão são 720x480, o que totaliza 345.600 pixels.

Em 60 minutos de vídeos teremos cerca de 13 gigabytes de informação. Um DVD armazena 4 gigas ou 120 minutos. E o blueray usa 25 Gb para 24 horas, em uma qualidade superior.

Bom, essa foi a primeira parte da aula. Antes de concluir, abaixo ficará um vídeo que encontrei no Youtube sobre algumas técnicas de filmagem, com dicas que interessa ao meu trabalho como jornalista, numa gravação de entrevista.

sábado, 8 de outubro de 2011

30 anos do SBT


Em 2011, o Sistema Brasileiro de Televisão completou 30 anos. A TV do Silvio Santos nasceu como TVS (TV Studios), iniciando as transmissões em 19 de agosto de 1981, no Rio de Janeiro. Foi rebatizada em 1987 como SBT, atualmente uma rede com 108 emissoras que cobrem 96% do território nacional.

O fundador é um dos comunicadores mais populares do País: Silvio Santos. Senor Abravanel é carioca, nascido aos 12 de dezembro de 1930. Entre suas atividades empresariais também constam a Liderança Capitalização (Tele Sena) e Jequiti Cosméticos. Na verdade, recomendo conhecer a história de Silvio Santos, pois ele é um ícone da televisão brasileira. Mas no momento vamos a um de seus produtos. A Revista Imprensa (Agosto/2011 – nº 270) traz um resumo das principais passagens históricas do SBT, confira:

1985 – Hebe Camargo assina contrato com a emissora.
1987 – Estreia A Praça é Nossa, com Carlos Alberto de Nóbrega, Ronald Golias, Jorge Lafond e outros.
1988-1990 – São contratados Boris Casoy e Jô Soares, que reforçam a audiência na casa.
1991 – Inicia o programa Aqui Agora, jornalismo policial na TV.
1993 – Estreia o Domingo Legal com Gugu Liberato.
1996 – Inauguração do conglomerado de estúdios com 231 mil metros quadrados em Osasco (Complexo Anhanguera).
2003 – Programa Domingo Legal se envolve na polêmica um quadro com supostos integrantes do PCC – depois se revelou que a entrevista era uma fraude.
2005 – A reformulação no jornalismo resulta na contratação de Ana Paula Padrão.
2010 – Silvio Santos descobre o rombo no Banco Panamericano, um de seus empreendimentos.

No portal do SBT há um link especial para matérias sobre as três décadas de atividade do SBT, confira em www.sbt.com.br/festival30anos.

Neide Duarte e o jornalismo

Assistindo ao Jornal Hoje deste 08 de outubro vi uma reportagem de Neide Duarte sobre o dia das crianças. Interessante foi vê-la no meio da multidão, entrevistando os compradores/revendedores de brinquedos, em que sentíamos de casa a lotação daquelas ruas em São Paulo, tão procuradas em épocas de datas comemorativas (Natal, Dia das Mães e outros). Logo me lembrei de outras boas reportagens feita pela profissional, que para mim sempre foi um exemplo de bom trabalho em relação a texto, entrevista, reportagem, direção e produção, integração de todos os recursos da notícia: som e imagem.


Neide Duarte é jornalista, se formou pela Faculdade de Comunicação e Artes Armando Álvares Penteado, e segundo contam em sua biografia na web, depois de trabalhar por três anos como repórter do jornal Folha de São Paulo, ingressou na Rede Globo. Ficou por 16 anos fazendo matérias especiais para o Jornal Nacional, Fantástico e Globo Repórter. Depois passou um tempo Programa Caminhos e Parcerias da TV Cultura e agora está novamente na Globo.

Realmente, uma jornalista da poesia, que se envolve e nos envolve na matéria. No Caminhos e Parcerias, que eu fiz questão de assistir a praticamente todos os episódios, pois na época que iniciou eu já era estudante de comunicação. Eles foram exibidos de 1998 a 2005, sempre mostrando projetos sociais pelos mais diversos estado do Brasil. Ao todo foram mais de 10 prêmios dedicados à jornalista por essa série de matérias (Líbero Badaró, Vladimir Herzog, Mídia da Paz, Prêmio Ethos de Jornalismo, dois prêmios internacionais na Argentina e em Portugal).

Confira uma pequena parte do Caminhos e Parcerias aqui.

Ela também é documentarista, faz produção de vídeos, reportagens, locução, roteiros, redação final e edição. Encontrei uma frase interessante (mais interessante é como classificam Neide, “contadora de histórias de vida”, pois ela narra a simplicidade do ser humano): “Tudo está no outro. Tudo o que você quer ver é a história de alguém para você se reconhecer, ir mudando sua história, repensar a sua vida. É tudo a partir do outro. É o outro que te dá a existência na verdade.”

Para ver um trabalho de Neide Duarte no Jornal Hoje, aqui está o link.

domingo, 2 de outubro de 2011

Imparcialidade, objetividade e isenção

Sempre procuro escrever meus posts com algum texto de concurso. Este abaixo é um enunciado não me lembro de qual banca:

“As bases conceituais para a objetividade jornalística estão fundamentadas no jornalismo inglês do século XIX que determina que o jornalista não deve interferir na apresentação dos fatos, tem o dever de reproduzi-los com fidedignidade, exatidão e precisão. Também é importante observar, para fundamentar a necessidade da objetividade no jornalismo, as características da portabilidade do jornal impresso, da agilidade na produção da notícia e da necessidade de diminuir o tempo de produção do jornal. A objetividade também implica no conceito de neutralidade e imparcialidade”.

Voltei a esse conceito porque comecei a ler o livro Manual de Radiojornalismo (Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima – 2003) e logo na introdução há a diferenciação entre imparcialidade e isenção.

Segundo os autores, o conceito de imparcialidade “nasceu no século XVIII e se desenvolveu até hoje por meio do liberalismo, que parte do ponto de vista de que o jornalista pode trabalhar de forma imparcial sem se envolver nos acontecimentos que descreve”.

Mas em seguida, os Heródoto e Paulo refutam essa ideia, mostrando que atuamos em uma área subjetiva: “a imparcialidade não existe. É utópica. O jornalista tem seu próprio mundo e valores. Toma sempre, de uma forma ou de outra, partido nas notícias que divulga ou comenta. Ainda não inventaram um jornalista absolutamente imparcial”.

Para colocar fim à discussão, eles colocam a isenção como objetivo do trabalho jornalístico, pois “ela não é estática, é dinâmica, daí sua busca constante pelo jornalista. A isenção é o respeito ao contraditório, o espaço para que todos os lados envolvidos nos fatos tenham condições de dar sua própria versão. É a proteção aos inocentes, o respeito pelas pessoas que pensam de forma diferente e o combate constante contra a instrumentação da imprensa a favor de quem quer que seja”.

A credibilidade, portanto, pode vir com a realização de um “jornalismo pluralista, apartidário, democrático e aberto aos diversos segmentos sociais. A informação de qualidade só existe se for correta e precisa”.

Encerrando, deixou uma questão da UnB/CESPE, de 2008, para o cargo de Analista em Comunicação Social da SERPRO. Certo ou errado?

“No que se refere aos princípios de objetividade e imparcialidade, é correto associá-los à teoria do espelho, concepção focada no papel dos meios de comunicação de retratar a realidade, sem intervenção ideológica. Nessa concepção o jornalismo é espelho da sociedade e não interfere na realidade retratada”.

Ganhou ponto caso a tenha marcado como certa.

Conhecendo a Rádio Transamazônica FM

Quando a gente é estudante tem vontade de aprender e começar a praticar o mais rápido possível. Assim não seria diferente com quem faz um curso na área de rádio e televisão.

Há uns dois meses fui à Rádio Comunitária Transamazônica. Que pode ser ouvida pela frequência 105,9 FM. O programa do horário, das 06 às 08 horas da manhã dos finais de semana, é o Remexendo o Som, feito pelo Compadre Xavier. No dia 01 de outubro voltei à rádio (me fazendo rever minhas anotações anteriores), desta vez fui para falar sobre o Processo Seletivo do IFRO, em cursos técnicos e de graduação.

Na técnica, estava Jamiscleiton de Souza. É ele quem opera o “Rádio Pró 2006” e mantém a programação matutina da rádio no ar. Ele explica que na mesa são oito canais e que não podem dar problemas. Jamiscleiton tem dois serviços, já que é operador de áudio na Rádio Universal, a 104 FM, no período da tarde. Quando pergunto sobre folga, já que as rádios dependem dele para levar aos ouvintes a programação, logo responde que a terça é seu dia de descanso, quando quem trabalha é o “folguista”.

Figura conhecida nos meios de comunicação, o folguista é aquele que está sempre apto a assumir em caso de algum imprevisto com o titular. “E não pode trabalhar em outra rádio”, sentencia Jamiscleiton.

Há cinco anos trabalhando na Universal e um na Transamazônica, Jamiscleiton explica que começou em 1999, na Rádio Parecis FM, onde atuou por quatro anos. Depois passou outros três anos na Vitória Régia. Mas para conquistar sua vaga no mercado de trabalho, foram seis anos como office-boy na Caiari AM, onde diz ter aprendido muita coisa. “Já peguei no tempo do computador. Têm outros que reclamam, pois pegaram a cartucheira, o disco”, completa.

Entendendo toda a operacionalização, pois desde a hora certa que é toda automatizada, o play list que diz ser fácil, ele mostra todas as funções que a mesa, botões e computadores podem realizar.

Comunitária – A Rádio Transamazônica iniciou suas atividades em agosto de 2001, portanto, são dez anos de Porto Velho. A presidente da Associação de Rádio Comunitária Transamazônica é Neiva Alves da Guia. Localizada ao lado do Clube Botafogo, no Bairro Liberdade, os ouvintes contam com a opção de acompanhar pela internet, no www.radiotransamazonica.fm.br, ou entrar em contato por e-mail radiotransamazonica@ibest.com, ou pelo telefone (69) 3221-1039.

Já o radialista Compadre Xavier é um profissional de muitos anos de estrada. Casado com a professora de educação física Mileni, com quem tem o Luiz Eduardo, um garotão de quatro anos. Em festas particulares, Compadre Xavier também é músico e toca forró pé de serra. Na rádio ele diz levar só “música boa”. No dia que fui, além das brincadeiras e bom humor com o ouvinte, ele rodou Beleza da Rosa, de José Ribeiro e várias do Roberto Carlos. Se quiser saber mais sobre o locutor, fiz um post em agosto sobre ele, basta clicar e ler o artigo “Compadre Xavier, quase 30 anos de rádio”.


Sobre sua memória para falar dos comerciais sem ler, ele diz que como profissional sabe gravar “bem gravadinho na cabeça”.Processo esse que leva de uma até duas semanas, mas depois os textos ficam decorados. Daí é só ele ir para o estúdio fazer o programa, saber controlar a voz quando está com o fone e levar informações para quem está em casa.

“Aos que ligaram e aos que não ligaram”, despede-se Compadre Xavier, uma vez que até no momento de encerrar tem uma música especial. Para finalizar esse relato de visita que fiz, fica a frase que está no mural da rádio:

“Não se afaste das pessoas negativas andando, corra”.

domingo, 25 de setembro de 2011

Português, pensamentos e outras anotações

Nosso cérebro é uma peça rara mesmo. Às vezes sonho em poder modificá-lo, comandá-lo de alguma forma que pudesse tornar melhores decisões, ter outras formas de perceber o mundo, ser criativa, pensar e solucionar problemas com mais chances de acerto. Não é à toa que a memória (ou o trabalho dessa máquina) ajuda definir quem somos.

Segundo o cientista Antonio Damásio a segunda força da criatividade é, evidentemente, a imaginação. “Um grande artista ou inventor é alguém que consegue usar a emoção para manipular imagens visuais, auditivas, táteis ou olfativas de forma extraordinariamente rica”. Uma dica, então, para contribuir com o trabalho cerebral e a memorização, principalmente para nós estudantes, é intercalar estudo e período de descanso. Para memorizar um dado ou fato, pode-se usar a técnica de voltar a ele repetidas vezes, nos intervalos de um dia, uma semana, um mês, após alguns meses...

Com esse blog em atividade, minha maior intenção é justamente fazer uma ginástica cerebral। Se não me desafio, esqueço de estudar e vou empurrando meus objetivos para o futuro. E o futuro é construído agora. Para isso, com muita criatividade, vamos ao nosso Português de cada dia, com auxílio da Gramática da Língua Portuguesa para Concursos, Vestibulares, ENEM, Colégios Técnicos e Militares (Nilson Teixeira de Almeida – 2010):

Mau – Adjetivo, antônimo de bom (Tive um mau presságio)

Mal –
Advérbio de modo e antônimo de bem, conjunção subordinativa temporal ou substantivo (Você é muito mal-educada)

Nenhum –
Oposto de algum (Nenhum de vocês fez solicitação para tal)

Nem um –
Equivale a nem um só, nem um sequer (Estou sem nem um trocado agora)

Onde –
Usado com verbos que indicam permanência (Onde vocês moram?)

Aonde –
Indica deslocamento (Aonde iremos hoje?)

Por que –
Equivale a pelo qual e variações ou a por qual razão, por qual motivo, normalmente em início de perguntas (Este é o ideal por que lutamos)

Por quê –
Pronome interrogativo usado em final de frase (especialmente nas interrogativas) ou em pausa forte (Não veio, não sei por quê.)

Porque –
Conjunção que indica uma vez que, visto que, pois ou para que (Não pôde ir ao teatro porque estava acamado)

Porquê –
Substantivo (Tantos porquês)

Porventura –
Acaso, por acaso (Porventura é lícito escrever sobre amores?)

Por ventura –
Por sorte (Por ventura, estamos livre daquele vizinho barulhento)

Se não –
Caso não, se por acaso não (Se não tiver aula, posso sair)

Senão –
Do contrário, mas sim, a não ser, defeito, mácula (Venha por bem, senão irá por mal)

Tampouco –
Também não (“Quem não entende um olhar, tampouco pode compreender uma explicação” Manuel Bandeira)

Tão pouco –
Muito pouco (Trabalho tanto, e ganho tão pouco!)

Tempestade de ideias

Outro dia, aproveitei a chuva que caia lá fora - sempre inspiradora - para escrever esse texto que agora ficará armazenado no blog mostrando minhas anotações sobre “tempestade de ideias”. Para os comunicadores, utilizá-la significa exercitar/aguçar os sentidos, especialmente nas áreas de relações humanas, publicidade e propaganda. Portanto, vamos juntos aproveitar essas gotas...

“Brainstorming ou chuva de ideias é uma técnica criada por Alex Osborn em 1953, que tem como principal objetivo explorar a criatividade. É uma ferramenta para geração de novas ideias, conceitos e soluções para qualquer assunto ou tópico num ambiente livre de críticas e de restrições à imaginação”, explica o site Sucesso News.

De acordo com o livro Mantenha seu Cérebro Vivo (Laurence C. Kartz/2000), a técnica conhecida por brainstorming envolve uma “reunião em que todos dão ideias e sugestões que surgem em sua cabeça sobre determinado assunto”. Serve para estimular o pensamento criativo e segundo sugere o autor, em grupo de quatro a seis pessoas, uma delas mediando e anotando a conversa.


Assim “a mediadora apresenta o problema ou a oportunidade, talvez um novo produto ou serviço, ou a busca de uma solução difícil. As outras são estimuladas a oferecerem tantas ideias quanto puderem, mesmo que não estejam completamente elaboradas ou pareçam ‘absurdas’. Ninguém pode avaliar ou julgar aquilo que é sugerido nem dominar a reunião. Em vez disso, os participantes devem fazer livres associações para desenvolverem ou ‘pegarem carona’ nas sugestões dos outros. A mediadora escreve as sugestões num quadro ou em folhas de papel grandes, para que todos vejam. Também é sua a função de manter o clima jovial e divertido. (Depois, os responsáveis pela tarefa pegam todas as ideias, agrupam-nas em categorias e selecionam as mais valiosas para serem usadas como matéria-prima)”.

“Onde existe uma vontade, existe um caminho”.

Já que estou falando sobre estímulo à criatividade, emendo com texto do livro Quem Pensa Enriquece (Napoleon Hill/2009): “os grandes líderes devem seu sucesso à utilização da imaginação criativa”. “É verdade. Ideias são forças, e seu raio de ação é o próprio mundo”. Para Hill, existem duas formas de imaginação:

Imaginação Sintética: “Por meio dessa faculdade, pode-se dispor em novas combinações antigos conceitos, ideias ou planos”, o verdadeiro nada se cria, tudo se copia, trabalhando com o material acumulado pela experiência, educação e observação.

Imaginação Criativa: “A mente finita do ser humano estabelece comunicação direta com a Inteligência Infinita. É a faculdade pela qual são recebidos os pressentimentos e as inspirações”.

Não importa qual das imaginações, exercite-as constantemente. Libere-se para uma vida criativa.

domingo, 18 de setembro de 2011

Estudando no CurtAmazônia

Durante a abertura do 2º CurtAmazônia (Festival de Cinema promovido pela associação que leva o mesmo nome do evento), fizemos um exercício para a matéria Produção de Pauta, da professora Cléo Subtil.

A atividade foi na noite do dia 13 de junho de 2011, no Mercado Cultural de Porto Velho (RO). Entrevistamos produtores, assistimos aos curtas e nos inteiramos da produção local. Acredito que abrir horizontes também seja um dos objetivos de cada aula em que participamos, pois se trata da formação dos futuros comunicadores na cidade. Vamos às entrevistas:

“Nos palcos da vida – Raízes do Porto, 18 anos”, documentário de Giovani Berno, Poliana Zanini e Simone Barbosa, não estava concorrendo, mas fez a abertura do Festival. Mesmo tendo perdido o período de inscrição, Giovani estava feliz em poder expor o trabalho para aquele público. Segundo ele, a produção foi toda baseada em um dos grupos teatrais mais antigos em permanente atuação em Rondônia.

O roteiro foi todo feito em cima da entrevista concedida por Sueli Rodrigues, “o registro pela oralidade da história”. É atriz e diretora do Raízes do Porto que gera a cronologia apresentada. O grupo atua em peças de comédia e de teatro infantil, “agora com mais pesquisa e textos próprios”, conta Giovani, que também integra a trupe. Sobre o documentário, ele cita Nilson Lage, para quem a ordem cronológica não é essencial para o entendimento dos fatos.

Sueli é pernambucana, fez concurso e passou a viver na capital rondoniense. Desde que organizou uma oficina de teatro no SESC (em 1992), começaram os trabalhos do Raízes do Porto.



Servindo também como finalização do trabalho de conclusão do curso de Jornalismo a UNIRON, Giovani conta que agora terá mais essa formação na área de comunicação, uma vez que é formado em Publicidade e Propaganda, tendo sido inclusive coordenador do curso na mesma universidade. Entre suas outras atividades estão a assessoria feita para a FATEC e Assembleia Legislativa do Estado.

Ele que deixou Santa Catarina apenas para passar férias aqui, terminou por se empregar na área de eventos da TV Rondônia e outras agências de publicidade. Como desde os 15 anos já se apresentava em peças de teatro, não foi difícil se aproximar do Raízes do Porto. Antes de chegar ao Norte do País, havia feito 19 espetáculos em dez anos de atuação.

Apoio à cultura – O organizador do CurtAmazônia, Carlos Levy, também apresentou uma produção própria na abertura do Festival. “A Tormenta”, que traz a história do artista Botôto. Ambos os curtas possuem duração superior a 20 minutos.

Existe uma saída para nós: a arte e a cultura!!!

“A luz da floresta vai iluminar o mundo”, diz a certa altura das filmagens o personagem real Botôto (Júlio César). “Igualdade é dom de Deus. Primeiro ter um sonho; segundo colocar em prática”.

“Realizar um Festival não é fácil”, diz Levy. Neste ano participaram 19 estados. Confira os vencedores deste segundo CurtAmazônia clicando AQUI. Quer produzir e se preparar para o próximo ano? A dica do organizador é assistir a todo tipo de filme, fazer grupo para estudar roteiro, enquadramento, enfim, começar a colocar a mão na massa.

Levy é servidor público e trabalha com audiovisual há 26 anos. Explicando que é preciso acreditar na produção local, ele indica a implementação de um Núcleo de Produção para Rondônia. “Os interessados apresentam um projeto e o Núcleo disponibiliza o equipamento”. Um exemplo que ele cita é o Estado do Acre, em quem já existe um Núcleo de Produção estruturado, trazendo também cursos de formação.

Outra sugestão é a de criar a cinemateca rondoniense, que divulgaria e registraria a memória estadual. Defendendo que a cadeia audiovisual gera empregos, Levy tem a expectativa de que Rondônia passe a participar mais ativamente no processo de produção nacional.

“Festival é isso, é competição. Um festival traz visibilidade para o Estado”. Mesmo que não tenha nenhum curtametragem de Rondônia selecionado para disputar os prêmios, para organizador já foi importante para incentivar a produção local.
Neste ano o CurtAmazônia passou, além de Porto Velho, pelos municípios de Candeias do Jamari e Cacoal. “A cultura precisa ser preservada e o documentário fica para a prosperidade”, conclui Giovani Berno.

sábado, 10 de setembro de 2011

TV, sempre TV

A primeira transmissão da televisão em cores no Brasil foi com a Festa da Uva. Além de ter rendido uma imagem bonita, essa passagem entrou na História da Radiodifusão, que estudamos aqui em Porto Velho com a professora Rosângela Silva Castelo.

Lógico, estudamos um pouco sobre Assis Chateaubriand com a TV Tupi, precursor no País, e outros grandes momentos dessa mídia que tanto nos chama a atenção diariamente.

Nossa aula foi baseada nos vídeos produzidos na Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, mostrando a história da televisão brasileira. A série possui seis partes, que podemos conferir a seguir:











Histórias de vida

Para mostrar um relato de vida que envolvesse superação, a professora Rosângela Silva Castelo levou à aula de História da Radiodifusão um empresário de Porto Velho: Ailton Arthur, da Social Imóveis. A imobiliária tem sua sede na Avenida Jorge Teixeira e uma filial no local onde ficava a Selva Terra. Das minhas anotações, ficaram o seguinte registro (a foto ao lado é do Jornal Gente de Opinião):


Aos 50 anos de idade, o capixaba de Vila Velha (de pais mineiros) relembra que no ano de 1973 levou uma semana em um ônibus no trajeto Espírito Santo/Ji-Paraná (RO), “de Cuiabá a Porto Velho era muito sofrido”: atoleiros, banana, bolacha. “Nada foi fácil”. Começaram com 15 hectares em Ji-Paraná e depois os pais compraram mais 100 ha em Jaru.

Desde cedo trabalhava na roça com o pai. Mas a mãe incentivava os filhos a serem doutores, a terem uma casa bonita, por isso ele sempre pensou: “tenho que crescer, tenho que estudar. Acho que vou ser vendedor”. E por volta dos nove anos ele começou a vender milho verde. Depois carregava verdura, só que as condições não eram tão favoráveis, visto que se atolava muito para o transporte.

Outra atividade que ele realizou nessa época foi o de revender pães das panificadoras, saia oferecendo de casa em casa. Eram de 20 a 50 pães dentro de uma cesta. Quando já havia conquistado uma clientela grande, passou a fazer entrega em locais definidos.

A mãe o enviou para o Colégio Salesiano de Cuiabá, onde cada estudante levava seu “enxoval”. Mesmo assim, sempre ia à mercearia para revender balas aos colegas, garantindo a pasta de dente e o sabonete para seu uso pessoal. Nas ruas cuiabanas, olhava as casas bonitas, sempre pensando em trabalhar para ter a sua, o seu carro, a sua moto, em casar e ter três filhos...

Por sua atuação como goleiro do time, sempre era procurado para as partidas. O mesmo ocorreu na época que serviu ao Exército, de onde foi contratado para o Operário, de Várzea Grande (MT).

“Mas sempre foi muito sofrido”. Trabalhou no DETRAN, no Departamento de Multas. Logo pediu demissão, por não concordar com o que via de errado naquela repartição. Mudando-se para Vitória (ES), foi procurar emprego nos classificados. Da vaga numa funerária não gostou. Arrumou o Turing Club do Brasil, onde era cobrador, depois acumulando a função de vendedor. Continuou o segundo ano lá e veio concluir o terceirão em Porto Velho.

Com o futebol continuava a fazer negócios. Foi conversando com um engenheiro, depois de uma partida, que percebeu estar perdendo tempo naquela cidade, pois ele tinha condições de se mudar para Porto Velho, capital de um Estado novo, que oferecia muitas oportunidades de crescimento. Voltou em 1982, época dos garimpos, dos bancos... mas ele não queria trabalhar num banco, queria era mesmo ser vendedor.

Procurou a Imobiliária Moreira Mendes e dr. Rubens o contratou para ser auxiliar. Ele acompanhava o corretor Francisco, sempre com uma bicicleta cargueira. “Só três ruas eram asfaltadas e naquela época chovia muito mais que hoje”. Foi quando ficou sabendo de uma vaga na TELEROM, como era um serviço muito bem remunerado, pensou “é só para a elite”. Fez vários testes, sempre indo de roupa e cabelo arrumados. “Quem avaliava, via tudo isso. Quer entrar no mercado de trabalho, essa é uma dica. Tem que manter um perfil, ter um padrão, focar no que queremos”.

Passou na seleção da TELEROM e ligou para a mãe, a fim de comemorar. Estagiava-se seis meses e depois era contratado. Só que mais uma vez o futebol o ajudou: todo mundo da empresa queria ele no time, nisso conheceu outras cidades da Região Norte. Foi contratado em dois meses. Com essa experiência ele indica colocar as crianças para fazer algum tipo de esporte, para criar laços de amizade, ganhar simpatia, “para ganhar dinheiro tem que ser amigo do cliente”.

Ailton diz que na Social Imóveis o funcionário Elizeu Evangelista, também estudante do Curso de Rádio e TV, comanda uma equipe de 50 pessoas, responsáveis por dois mil imóveis. “Se trabalha numa empresa, aprenda aquilo e saiba o que o colega está fazendo. Obtenha o conhecimento. O dia que faltar alguém, vão te reconhecer”. Na TELEROM ele foi auxiliar, passou a digitador, supervisor e operador de computador. Enfim, exerceu todas as funções, quando viu que era o final para ele. Os diretores bem que tentaram, enviaram-no para um curso de formação em Brasília, mas realmente não teve jeito, pediu para sair.

Foi para o JP Imóveis como corretor, onde encontrou muito apoio. Conseguiu o registro no CRECI e abriu uma empresa para ele. Montou a Social Imóveis, no ano de 1987. A empresa já existia, mas estava parada. Depois conseguiu comprar a outra metade do empreendimento.

Uma das passagens interessantes que ele recorda era o de dirigir o Passat sem assoalho, que utilizava nos primeiros tempos de profissão. Um dia teve que levar uma cliente para visitar um dos imóveis, passou muita vergonha com a poeira que subiu pelo carro. Ele ri e diz que ela se tornou amiga dele. Com o Fusca, ficou sem escapamento e precisou colocar a peça no banco de trás.

Sua fixação em ser vendedor deu certo. Hoje tem casa e carros “bons”, como a mãe dele sempre sonhou para os filhos. “Eu tinha algo definido, que alcancei. Tive foco, uma decisão. O mais importante é saber o que quer”.

Respeito – “Nunca devemos desrespeitas as pessoas por suas deficiências”, lembra Ailton. Professores universitários que querem falar sobre o segmento imobiliário pedem a ele. “Você pode ser o que for, mas tem que ter humildade. Você tem que tratar com respeito”.

Para o empresário, aprender a ser corretor, a ser dono de uma empresa, garante que em qualquer estado tenha uma boa profissão. “Você é cobrado pelo resultado, tem que profissionalizar, valorizar”

Além de montar sua empresa, é preciso ser advogado, fiscal, contador. Atualmente ele e a esposa são formados em Direito. “Tudo na vida tem que agregar valor. É como um prédio com vários degraus, se escorregar tem que subir novamente”. Estudou na FARO, como considerava que tinha uma base fraca para cursar uma faculdade, se esforçou e deixou que colegas também o cobrassem e o corrigissem. “Comecei um e terminei outro Ailton, você tem que permitir que te ajudem”.

Entre os locais que visitou estão Madri, Lisboa e outros países. “Pretendo conhecer o mundo”, diz Ailton, que ofereceu à esposa como presente de aniversário uma viagem a Paris. “Tem que acreditar em você e agradecer muito a Deus. Somos uma máquina com motorzinho funcionando, ter na mente: Deus, família, trabalho e lazer”. Segundo ele, “quando puderem, viajem. Saiam para ter uma mente diferente. Nem que seja de um bairro para outro. Valorize você mesmo”.

Sobre a profissão dos comunicadores diz que é algo que admira, pois vão buscar todo tipo de informação. Tem que ser inteligente, saber escrever, ser intelectual. Do nada cria uma situação bonita. “A TV Rondônia tem um jornal muito bem apresentado”. Falando nisso, ele parabenizou também a mim, estudante e blogueira que acompanhava suas falas e registrava para um dia disponibilizar aqui. “Ela escreve e ouve. Vai desfrutar desse conhecimento três vezes”.