domingo, 5 de dezembro de 2010

Jornalismo editorializado


Ao ler a entrevista com o Diretor de Jornalismo da RedeTV!, Américo Martins, feita pela Revista Imprensa (nº 262 – Nov/2010) tive material para mais um post. O tema é o jornalismo editorializado.

A primeira vez que ouvi e fui buscar essa definição foi no meio deste ao, quando baixei uma prova do concurso do IFPR (Instituto Federal do Paraná) de 09 de maio de 2010. Uma das questões era sobre a teoria de Luiz Beltrão a respeito dos gêneros jornalísticos – que ele separa os informativos dos gêneros opinativos e interpretativos do jornalismo.

Mais precisamente, a questão correta era: “os gêneros informativos não devem sofrer a influência da opinião do veículo. Quando isso acontece, o texto está editorializado”.

E o questionamento dos repórteres da Revista Imprensa foi na mesma direção. Confira a pergunta e a resposta do representante da RedeTV!

“CONCORDA COM OS CRÍTICOS QUE DIZEM QUE A TV BRASILEIRA É MUITO EDITORIALIZADA? NÃO APENAS AO DAR OPINIÃO NO AR MAS DE COBRIR EDITORIALIZADAMENTE? ACHA ISSO UM PROBLEMA OU UMA ALTERNATIVA?
Existe espaço para ter opinião na mídia, mas acho que tem que ser muito limitado. O jornalismo opinativo, editorializado, parcial, é ruim. Existe espaço para isso, aliás. Na RedeTV!, com nossos comentaristas, há espaço para que, nas suas análises, coloquem opiniões, desde que expliquem isso. Eu não quero uma opinião do jornalista, eu quero que ele faça uma análise que leve a essa opinião. Mas eu acho que ele tem que ser muito controlado e limitado. O jornalismo opinativo o tempo inteiro, como acontece em todos os lugares do mundo inclusive no Brasil, é ruim. Eu sou de uma escola que está ligada à independência. Você vai me ver repetindo isso para o resto da vida. No final das contas, quem pode dar opinião é o analista, porque ele tem um grande conhecimento sobre determinado assunto. O que é muito diferente do cara julgar o VT que acabou de ser tocado. Qual é o grande embasamento prático, teórico que a pessoa tem para fazer isso? Não é que não tenha espaço para fazer isso nunca, mas tem que ser um pouco controlado.”




Levando em conta a separação de gêneros feita Luiz Beltrão, o ideal seria que no jornalismo informativo ficasse livre das opiniões, uma vez que existe espaço nos gêneros opinativos e interpretativos (quando abertamente estamos vendo que é um comentarista). Mas a quem o leitor/expectador vai recorrer quando a opinião do veículo vem “embutida”, disfarçada de informação? Afinal, técnicas e meios para isso é que não faltam.

As principais brigas que conheço da sociedade organizada contra a manipulação das notícias estão representadas nas imagens que ilustram este post.

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